Mineirinho surfa Pipeline. Este ano, ele ficará de fora. Foto: Red Bull / Divulgação
Adriano de Souza pode ser considerado o capitão da Braziliam Storm. É o surfista brasileiro presente há mais tempo no Tour, competindo desde 2006 entre os Tops. Já rondou o topo do ranking mundial várias vezes, sendo que, por três anos, em 2009, 2011 e 2012, acabou como quinto colocado. Portanto, se o assunto é WCT, ninguém melhor para falar do que o próprio Mineirinho.
Em uma entrevista para o site da Red Bull Internacional, o guarujaense comentou o momento histórico vivido pelo surf nacional, o qual Gabriel Medina pode se tornar o primeiro brasileiro a levar o título de melhor do mundo. Além disso, Mineiro desmistificou alguns mitos que a comunidade internacional do surf pensa sobre o surfista brasileiro.
Confira abaixo o que disse o brazuka ao gringo Chris Binns:
"Sinto muito orgulho do Gabriel e de tudo que ele conquistou esse ano. Ele é a joia que o Brasil nunca teve. Está se tornando um novo ídolo". Foto: Red Bull / Divulgação
"Acho que o Gabriel começou a sentir a pressão nos últimos eventos. Ele é muito novo e carrega a nação brasileira nas costas. Espero que consiga esquecer o nervosismo antes de Pipe, até porque Mick e Kelly não são adversários fáceis de se vencer. Eu e todos os brasileiros o apoiamos muito esse ano. Agora, todo o país o assistirá em Pipeline, sempre na torcida”
“Seria incrível se algum de nós pudesse derrotar Mick ou Kelly, mas acredito que seria melhor de assistir ao próprio Gabriel batendo os dois e levando o título".
"Sinto muito orgulho do Gabriel e de tudo que ele conquistou esse ano. Ele é a joia que o Brasil nunca teve. Está se tornando um novo ídolo. Pessoalmente, eu continuo com diversos objetivos para alcançar e espero que o próximo ano seja melhor para mim. Estarei mais preparado do que estive em 2014, quando sofri algumas lesões".
"Espero ter inspirado Medina no passado, mas o surf é um esporte individual. Suas conquistas são decorrentes do seu talento".
"Somos amigos e estamos juntos sempre que é possível. Sou parceiro de todos os brasileiros do Tour e não tenho preferências por um ou outro. Tenho certeza de que, ano que vem, vou pegar alguns conselhos com ele. O contrário do que ocorre hoje".
"O que aconteceria se eu estivesse entre Medina e o título mundial? Esse esporte é o meu trabalho, sobrevivo a partir dos meus resultados. Eu sempre surfo para vencer. Pipeline é ainda mais especial porque nenhum brasileiro jamais venceu lá. Então, acho que você pode imaginar qual seria minha resposta…"
"Um título mundial significa tudo para o surf brasileiro! Conheci muitos surfistas talentosos que deixaram de competir quando eram novos por acharem impossível ser campeão mundial. Agora, é responsabilidade de todos os brasileiros no Tour provar que isso é possível. Se Gabriel vencer, é melhor você se preparar para outras conquistas, porque em alguns anos teremos garotos ainda mais talentosos entrando no WCT".
"Filipe Toledo também não está longe do título. Ele tem um futuro brilhante pela frente. Eu? Espero que todo mundo siga me deixando de lado nessa briga. Isso tira a pressão das minhas costas e me dá mais liberdade para treinar forte e focar nas vitórias. Em 2015, espero lembrar o mundo de que eu estou aqui também".
"O que o mundo precisa saber sobre o surf brasileiro? Não somos arrogantes, como todos acham que somos. O brasileiro tenta respeitar todas as culturas, claro que nem sempre isso acontece. Espero que, com todos esses bons resultados e oportunidades, conseguiremos mostrar o outro lado. Somos felizes e gente boa. Gostamos de vibrar com cada boa onda surfada. É o nosso jeito de ser. O sangue latino corre em nossas veias. É como fazer um GOL no futebol, impossível segurar a emoção".
*Fonte: Red Bull
