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sexta-feira, 26 abril, 2024
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Entrevista: Lucas Silveira

 

Por Alexandre Versiani

O carioca Lucas Silveira vem ganhando destaque mundial quando o assunto é ondas grandes. Aos 18 anos, o garoto protagonizou uma das melhores performances no swell histórico que atingiu o México e gerou ondas gigantes e perfeitas em Puerto Escondido. O brasileiro dividiu o lineup com nomes como Shane Dorian, Mark Healey, Greg Long, Gabriel Villaran, entre outros, e fez bonito nos maiores dias do swell.

Dono de uma vocação natural para ondas grandes, Lucas não se intimidou diante das bombas em um dia digno de XXL e recebeu elogio de vários dos seus ídolos. O jovem o brasileiro também foi destaque no site da revista australiana Surfing Magazine, com um drop sinistro de backside e a legenda: "Lucas Silveira é um adolescente brasileiro e ele não tem medo de nada". 

Depois de surfar as melhores ondas da vida, o carioca conversou com a HARDCORE e falou sobre sua atuação em Puerto Escondido, gosto pelas ondas grandes, carreira de big rider, preparação física e muito mais. Confira abaixo:

HARDCORE: Como foi esta viagem para o México? Você já tinha programado a trip ou foi atrás do swell? 

Lucas Silveira: Vim para Puerto pra ficar 10 dias entre os WQSs de Los Cabos e Acapulco, no México. Demos sorte de entrar um dos melhores swells dos últimos tempos bem nessa época. Estava sem prancha grande aqui, então meu pai resolveu vir e trazer duas gunzeiras do Fábio Gouveia que eu tinha no Brasil e aproveitou para filmar. Estavam todos os maiores nomes de ondas grandes aqui, como Shane Dorian, Mark Healey, Greg Long, Gabriel Villaran, entre outros. Foi muito aprendizado pra mim, mesmo tendo uma performance muito boa e recebendo vários elogios ainda fiquei com aquele gostinho de quero mais e sei que posso fazer ainda melhor! Foram os 2 dias mais intensos da minha vida.

Você tem talento tanto para as competições como para o surf de ondas grandes. Com a entrada da ASP no circuito Mundial de Ondas Grandes (BWWT), você acha que abriu um novo espaço para big riders da nova geração como você? Tem essa vontade de participar do BWWT um dia ou seu negócio é mais o desafio pessoal de expandir os limites mesmo?

Tenho vontade de participar, mas acho que o principal é surfar o melhor possível nas maiores ondas possíveis, pelo menos pra mim, eu gosto muito de surfar ondas pesadas, chegar no final do dia e saber que peguei uma das melhores da aquele sentimento de dever cumprido. Muito legal a entrada da ASP no BWWT, mas os critérios para a entrada no circuito ainda não estão definidos, e isso dificulta a entrada de novos nomes. Acho que eles deveriam fazer o campeonato em lugares mais tubulares, pois fica um pouco chato de assistir apenas drops em ondas gordas, estão querendo fazer uma etapa em Jaws, essa vai ser bonito de ver.

Como é seu treinamento/preparação específicos para o surf de ondas grandes? Quando percebeu que tinha essa vocação?

Quando estou em casa, treino bastante fora do mar com meu preparador Cassio Sá, funcional na academia, e muito treino na piscina focando a parte de apneia, além de yoga, biomecânica funcional com Marcelo Amaral e treino jiu-jitsu quando tenho tempo. Desde criança gostei de entrar nos mares maiores, que poucas pessoas da minha idade entravam, meu pai era voador de asa delta, então acho que esse gosto por adrenalina está no DNA. 

Você acha possível sobreviver só do big surf atualmente? Ou é preciso participar das competições normais de surf para se manter?

Eu não sou apenas big rider, me profissionalizei recentemente e estou competindo a divisão de acesso ao WCT. Pego ondas grandes mais por prazer, mas acredito que qualquer coisa que você fizer com paixão de verdade pode dar certo.

Por fim, o que acha da nova geração de big riders brasileiros. Em um país carente de ondas grandes e perfeitas, como pode surgir tantos surfistas com essa vocação?

O Brasil tem alguns surfistas muito novos que são muito atirados, puxados pela geração do Felipe Cesarano, Ricardo dos Santos, Marco Giorgi, Jerônimo Vargas, Pedro Calado, Yan Daberkow, que temos mais ou menos a mesma idade, e tem vários moleques que não gostam muito mas se vier uma bomba pra eles não vão amarelar. Acho que quem começou a viajar cedo para lugares como Hawaii tem mais facilidade, isso me ajudou bastante a gostar das ondas pesadas também.

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