Confira os melhores momentos da final
O australiano Mick Fanning conquistou o terceiro título mundial em um dia que entrou para a história do surf competitivo. Com um show de tubos perfeitos e a exibição de gala de Kelly Slater, o Pipe Masters foi espetacular.
As previsões já indicavam que seria um sábado de muitas emoções em Pipeline. Na véspera, sexta-feira 13, um bom swell que avançou de noroeste com 10 a 12 pés e series maiores, que transformou o mar e deixou o sábado no jeito. Pela manhã, do menor mar dos últimos dias, Pipe quebrou pesado durante a tarde e deixou todo o North Shore na adrenalina.

Mesmo terminando em quinto, Fanning garante título mundial. Foto: ASP/Cestari
Mick Fanning abriu o dia decisivo nessa pilha e demorou um pouco para encontrar boas ondas. O aussie tinha a missão de vencer duas baterias para levantar o caneco. E quando encontrou as ondas certas, foi o que ele fez.
O campeão encaixou o backside e surfou um expresso nos últimos segundos da bateria. Determinado, virou pra cima do americano CJ Hobgood em uma disputa tensa e levantou a praia.

Fanning passa sufoco mas vira na última onda. Foto: ASP/Kirstin
Nas quartas de final, Mick voltou pra água para enfrentar seu compatriota Yadin Nicol, e novamente de forma dramática venceu e ganhou o terceiro titulo mundial. Depois de ficar atrás no placar durante a maior parte da disputa, pegou uma onda salvadora no último minuto e virou a bateria em uma decisão polêmica.
Com a conquista, Fanning entrou para um seleto grupo de surfistas com três títulos mundiais ou mais. Além de Slater (11), apenas Mark Richards (4), Andy Irons (3) e Tom Curren (3) conseguiram esse feito.
KELLY SLATER: MASTER
Já Kelly deu um show. Enquanto Mick fez apenas o mínimo que precisava para ganhar, o americano foi além. Nem o título mundial de Fanning conseguiu ofuscar o sétimo PIpeline Masters do Careca, na etapa de maior prestigio do WCT.
Slater começou o dia enfrentando o havaiano Sebastian Zietz, que até então era dono da Tríplice Coroa havaiana, mas que desta vez não encontrou as boas ondas da temporada passada e levou uma surra de Slater que somou 18.80 contra 7.80.
O próximo da fila foi Joel Parkinson, que foi simplesmente triturado. O australiano bem que tentou com bons tubos, mas a somatória 14.84 não foi suficiente para frear o inspirado Slater, autor de 19.63 no somatório final, e uma nota 10 de lambuja com um tubo espetacular.

Kelly Slater chega a sua décima terceira final em Pipeline. Foto: ASP/Cestari
Na outra ponta da chave do campeonato, outro favorito, John John Florence foi batendo os adversários e ganhando a torcida que lotou Banzai como nunca antes em um campeonato. Depois de derrotar Mick na semi e ser coroado campeão da Triplíce Coroa Havaiana, John John encontrou Kelly na final, promovendo o duelo mais esperado do ano.
As séries demoraram a aparecer e Kelly apostou no inside sem notas expressivas. John John foi frio. Ficou sentado no outside sem cair no jogo de Slater, que remava a cada onda ruim para pressionar o jovem havaiano, local do North Shore.
Quando faltavam 12 minutos para o final, John John finalmente dropou uma bomba e acabou engolido pelo tubo. Na próxima série, o havaiano assumiu a liderança provisória com 8.50, mas viu Slater virar com um air drop insano para Pipeline e um tubo profundo que lhe rendeu 9.78.
Kelly aumentou a vantagem com 6.50 e botou pressão. Precisando de 7.88, John John dropou uma onda do inside para Backdoor nos últimos segundos e deixou todos na praia apreensivos. “Nota 7.40”, anunciaram os juízes. Título definido. Kelly levou as mãos na cabeça e começou a festa.

Kelly Slater leva o sétimo caneco do Pipe Masters pra casa. Foto: Kirstin
Depois de comentar que anunciaria a aposentaria caso conquistasse o décimo segundo título mundial, Kelly foi questionado no pódio sobre sua permanência e deixou claro que vai continuar no Tour em 2014.
“Não ter ganhado o título este ano me deixou bravo o suficiente para voltar aqui no ano que vem”, declarou o campeão.
PUPO REPRESENTA E MEDINA RECEBE PRÊMIO
Miguel Pupo foi o melhor brasileiro no evento. O paulista alcançou pela terceira vez as quarta-de-final no WCT, e com muito estilo surfou um dos melhores tubos do campeonato, recompensado com 9.77.
Gabriel Medina teve a honra de subir ao pódio desse evento histórico, para receber o premio pelo melhor aéreo, e dessa forma representar o Brasil na Billabong Pipeline Maters 2013.

Miguel pega uma das melhores do dia. Foto: ASP/Kirstin
Final
1 Kelly Slater (USA) 16.37
2 John John Florence (HAW) 15.90
Semifinal
1 John John Florence (HAW) 18.30 vs. Mick Fanning (AUS) 5.00
2 Kelly Slater (USA) 19.63 vs. Joel Parkinson (AUS) 14.84
Quartas de final
1 Mick Fanning (AUS) 17.03 vs. Yadin Nicol (AUS) 16.90
2 John John Florence (HAW) 16.77 vs. Julian Wilson (AUS) 13.00
3 Kelly Slater (USA) 18.80 vs. Sebastian Zietz (HAW) 7.80
4 Joel Parkinson (AUS) 12.83 vs. Miguel Pupo (BRA) 6.00
Round 5
1 Mick Fanning (AUS) 12.00 vs. C.J. Hobgood (USA) 10.50
2 Julian Wilson (AUS) 10.67 vs. Nat Young (USA) 7.26
3 Sebastian Zietz (HAW) 16.60 vs. Kai Otton (AUS) 4.33
4 Miguel Pupo (BRA) 15.27 vs. Jeremy Flores (FRA) 10.76