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terça-feira, 15 outubro, 2024
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Billabong Rio Pro: Dia 3

 

Por Julio Adler

Vocês todos lembram da bateria em Bells com Filipe Toledo, Jordy Smith e Mick Fanning, certo?

Jordy fez dois noves, Filipinho acertou uma rabetada absurda, surfou muito e ainda assim perdeu.

Fanning foi coadjuvante.

Pois hoje, com pouco mais de um mês de distância daquela disputa do mais alto nível, Filipinho Toledo, do alto dos seus 18 (recém-completados!) encarou Jordy e Fanning novamente, desta vez para mostrar que o tempo não espera por ninguém – como naquela canção dos Stones.

Não é todo dia que vemos duas notas 10 numa única bateria, apesar de eu achar que a onda do Jordy foi um exagero dos juízes após ver tanta excitação do gigante sul-africano ao varar aquele tubo.

Falemos da onda do Filipe.

Num dia de tubos, Toledo escolheu voar em duas rotações opostas, para um lado e para o outro, para o alto e avante!

Provável que esse hype todo em torno do Medina tenha deixado Toledo mais leve e livre para criar rotinas como de um skatista profissional, estilo Pedro Barros, digamos.

A surpresa é sempre uma grande arma e Filipe se favorece dela da mesma maneira que Medina em 2011.

Toledo derrotou o melhor surfista da sexta-feira e um dos homens mais perigosos do Tour, Josh Kerr.

E o fez, aparentemente, sem muito esforço. Surfando distante da zona onde todos surfaram, sem se preocupar muito com o adversário.

Bater Jordy e Fanning foi um rito de passagem pro rapaz – falta agora vencer no Rio e partir rumo a Fiji e Tahiti com vontade de aprender.

Antes de Toledo chocar o mundo do surfe, algumas coisas interessantes aconteceram.

O dia começou com a perspectiva de ondas decentes, finalmente!

Mineiro e Medina fizeram o dever de casa e atropelaram seus oponenentes na terceira fase.

Nada de muito espetacular se anunciava até Slater entrar no mar para a sexta bateria.

Duma hora pra outra, como num filme bíblico, as ondas que então pareciam ordinárias. Até pior, as ondas pareciam estar em plena degradação quando o Careca pegou seu primeiro tubo.

E um segundo.

Um terceiro.

E ainda um quarto.

Subitamente, o Postinho assemelhou-se a OTW, La Graviére, ou qualquer outra onda boa pra direita que se preza.

Slater faz isso, sempre fez, me confessa Peter King, que o conhece faz mais de 40 anos e já teve até banda com o Careca – lembram dos The Surfers?

Kelly simplesmente faz isso acontecer, disse PK.

O resultado disso foi a maior média do evento até agora.

Talvez eu devesse mencionar que Parko foi eliminado ?

Talvez não…

O que realmente nos interessa agora são os oito surfistas que restaram.

E reduzindo nosso interesse ainda mais, Medina, Toledo e Mineiro, este último com todas chances de alcançar, uma vez mais, a liderança do ranking depois do Brasil.

Basta que Slater e Fanning fiquem nas quartas.

Não há mais zebras, só cobras.


A cada bateria, Filipe Toledo se mostra mais acostumado com o Tour. Foto: ASP/Smorigo


E não foi só no ar que Filipinho se destacou. Ele ficou deep nos tubos no caminho para as quartas. Foto: ASP/Smorigo


Mineiro mandou Nat Young e Taj Burrow para a repescagem e avançou direto às quartas. Foto: ASP/Smorigo

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