Por Julio Adler
Hoje nos interessava apenas Filipe, Miguel, Alejo, Raoni e os três convidados brasileiros que ainda respiravam um arzinho de estar dentro do campeonato mais importante do Bananão – são eles: Gustavo Fernandes, Messias Felix e Ricardo dos Santos.
Ricardinho estava tão concentrado no evento que pegou um avião na terça e se pirulitou para o Tahiti, fazer o que alguns (poucos) no WCT gostariam de fazer, pegar as bombas em Teahupoo.
Depois daquele tubo gigante e lindo, surfado algumas horas antes, não acredito que uma boa colocação seja uma preocupação pro Ricardinho – a não ser que seja dentro dum caroço.
Das 12 baterias da segunda fase, apenas três não foram vencidas pelos cabeças de chave.
Simpo, Miguel e Filipe foram os únicos que contrariaram a regra.
Uma semana pra isso? Era a pergunta que todos faziam.
O Rio não tem dado muita sorte com o WCT, ou vice versa, merece uma visita ao terreiro, fazer uma reza forte, afastar a mandinga.
Não tem época melhor pra surfar no Rio de Janeiro do que abril/maio, confira as fotos nas redes sociais e afins.
Falta de sorte, ou de afinidade, um dos dois.
Nesse início de temporada, a repescagem é vital para sobrevivência do pelotão de baixo, aquela turma que luta pra eternizar sua existência no WCT.
Num ano de transição como 2013, esses pequenos detalhes ganham uma importância ainda maior. Ninguém sabe o dia de amanhã, mas vai que a ZooSea consiga mesmo enfiar um caminhão de dinheiro no surfe profissional e o camarada fique de fora da festa porque perdeu num mar como esse do Postinho ?
Yadin Nicol, Adam Melling, Kieren Perrow, Damien Hobgood e Matt Wilko estão sempre nessa desconfortável situação e hoje deram adeus ao evento carioca – sem choro nem vela.
Destaques? Hoje?
O grande destaque do dia foi a chuva e o vento.
Assisti tudo de casa, sequinho, confortável como o amigo que me lê.
A grande vantagem de acompanhar o campeonato de casa é, alem de manter-se seco e confortável, poder rever cada onda surfada com atenção e cuidado e ainda ouvir os brilhantes comentários do Pedro Muller, Marcelo Bôscoli e Marcos Bocayuva.
São infinitamente melhores do seus pares que fazer a transmissão em inglês, acreditem.
Admito, porém, que Josh Kerr teve imensa sorte hoje, achou ondas e conseguiu acertar suas manobras.
Kerr tem feito um bom ano nessa temporada e parece bem mais consciente do que é necessário para vencer uma bateria.
Faltava-lhe sorte e tudo indica que ele achou alguma aqui no Rio.
Foi exatamente sorte que faltou para Raoni (se bem que a onda mais bem pontuada do Ace…), Damien e Melling. Todos perderam por menos de um décimo!
Duro mesmo é assistir Travis Logie x K.P….
Enorme pena Alejo enfrentar um companheiro logo no início do evento, principalmente tendo em vista que em 2013 Alejo tem sido um dos surfistas mais eficientes do tour.
Em Kirra, Alejo perdeu numa das melhores baterias do evento contra Michel Bourez e em Bells bateu de frente logo com Jordy.
Miguel e Filipinho tiveram estratégias completamente diferentes, provando que hoje o Postinho era uma loteria só, mas só quem apostava ganhava.
A previsão para o final de semana é ondas ligeiramente menores, menos vento e sem chuva.
A terceira fase vai mostrar quem vai pro topo e quem espera até Fiji para incomodar.
Joel e Slater têm vida mais fácil, pelo menos no papel.
Mineiro, minha aposta pro caneco, pega Miguel Pupo, osso duríssimo!
Taj tem Andino pra bater e Fanning encara Simpo (que passou por um milagre!).
A bateria do dia, se tudo correr bem, será Filipinho versus Josh Kerr.
Esperem tudo dessa disputa. Quem ganhar ali pode causar algum estrago.
Filipe Toledo ganhou de Matt Wilkinson com esse aéreo reverse. Foto: ASP/Smorigo
Em duelo brasileiro, Miguel Pupo virou sobre Alejo Muniz na última onda da bateria e passou para o Round 3. Foto: ASP/Smorigo
Com high scores, Josh Kerr eliminou o cearense Messias Felix. Foto: ASP/Kirstin
Julian Wilson foi o melhor no duelo contra o conterâneo Jack Freestone. Foto: ASP/Smorigo
Michel Bourez encontrou a única onda boa da bateria contra Yadin Nicol e não perdoou. Foto: ASP/Smorigo