Entre tubos e aéreos, Julian Wilson chegou à sua segunda final no Circuito Mundial. Foto: ASP/Cestari
Por Kevin Assunção
Julian Wilson sagrou-se campeão do Rip Curl Pro Portugal, após vencer Gabriel Medina na decisão, nesta sexta-feira (19). Foi a segunda vez que os dois decidiram um campeonato do WCT na Europa. Em 2011, na França, Medina conquistou a primeira etapa do Tour na carreira. O resultado foi extensamente contestado pelo público brasileiro que acompanhava na internet e na praia.
No início, os finalistas tentaram aéreos diferentes, pouco vistos em campeonato, mas não aterrissaram. A primeira nota consistente saiu para Julian, depois de entubar para a direita e receber 7.83.
Gabriel assumiu a liderança na sequência, com duas ondas surfadas em pouco mais de 1 minuto. Na primeira, decolou em um aéreo reverse com grab e finalizou com três manobras (7.90), de frontside. A segunda foi uma direita espremida com boas manobras, que valeu 4.67.
A 16 minutos do final, enquanto Julian saía do mar para trocar de prancha, Medina voou novamente em um aéreo reverse e aumentou a vantagem, com mais 6.77 pontos recebidos.
Depois disso, o australiano se precipitava, errando bottom turns e aéreos bem altos. Medina usou bem a prioridade e pegou um ótimo tubo, que valeu 7.47.
Com a prioridade no último minuto e precisando de 7.55, Julian pegou um tubo de frontside e concluiu a direita com boas manobras. Os juízes demoraram para anunciar a nota, que foi 8.43.
Os duelos da semifinal também foram entre brasileiros e australianos. No primeiro, Gabriel Medina e Joel Parkinson dividiram o lineup.
Logo no início, Medina explorou o surf de backside e conseguiu duas notas na casa dos 6 pontos, ao voltar de aéreos. Mas a melhor onda, um tubo longo, valeu 7 pontos.
Já Parko procurou os tubos, mas não saiu de nenhum. Durante os 30 minutos de bateria, ele pegou 7 ondas, sendo que recebeu apenas 3 pontos pela melhor. Resultado: 13.80 de Gabriel contra 5.27 de Joel.
Na sequência, Adriano de Souza e Julian Wilson entraram na água. Os 10 primeiros minutos foram de domínio aussie, nos quais Julian cravou a maior somatória do campeonato, 19.27.
Na primeira onda, uma direita, aterrissou de um aéreo 360º sem segurar na borda, para receber 9.70 dos juízes. Depois, entubou de backside, em uma esquerda, saiu seco e foi contemplado com 9.57.
As séries não colaboraram nos 20 minutos restantes, e Mineiro não conseguiu reagir. Ele tentou dois aéreos bem altos, mas não voltou. Com 6.500 pontos a mais, Mineiro sobe para a 5ª posição no ranking do WCT.
Logo cedo, em Supertubos
O dia começou com Raoni Monteiro e Jeremy Flores na água, no momento em que o mar não proporcionou ondas boas. O carioca não encontrou nenhuma que tivesse potencial. Já o francês executou duas batidas de backside no crítico, em uma esquerda, e se garantiu nas quartas com 7.34 pontos somados.
Gabriel passou por Josh Kerr. O brasileiro se posicionou mais à esquerda, enquanto o australiano, à direita. A escolha fez a diferença: Medina foi bastante ativo no início e construiu a somatória de 15.60 pontos, por entubar duas vezes de frontside – na última, recebeu 9.77, com três seções tubulares.
A reedição da final do Rio Pro, entre John John e Parko, teve um desfecho diferente. A seleção de ondas do australiano foi melhor. Depois de entubar duas vezes de frontside, em direitas finalizadas com manobras potentes, Joel eliminou o único concorrente ao título que restava em Portugal.
No duelo entre australianos, Owen Wright liderava, com dois canudos, um para cada lado, e tinha a prioridade. No minuto final, Julian remou numa esquerda, e Owen o deixou ir. Ele saiu de um tubo rápido e encontrou uma rampa na junção para decolar em um aéreo de backside com grab, que o garantiram na semifinal.
A estratégia de Adriano foi dropar em tudo o que visse pela frente, no último confronto das quartas, contra Jeremy Flores. Nos primeiros 15 minutos, já tinha surfado sete ondas – duas delas tubulares, que renderam 11.50 pontos somados. A 30 segundos do fim, Mineiro, com a prioridade, tirou melhor tubo da bateria, que valeu 8.57.
As ondas diminuíram durante a bateria de Adriano. Então, o diretor do evento, Damien Hardman, decidiu paralisar o evento por 3 horas, para realizar as semifinais e final em melhores condições.
A próxima etapa do WCT acontece em Santa Cruz, no O’Neill Coldwater Classic, que acontece de 1º a 11 de novembro. Acompanhe a cobertura completa no site da HARDCORE e assista ao vivo aqui.
Confira os resultados, as melhores fotos do último dia e o ranking do WCT após o Rip Curl Pro Portugal.
Mineiro dominou a bateria nas quartas, contra Jeremy Flores. Foto: ASP/Cestari
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Medina recebeu a primeira nota 10 da competição e teve uma das melhores performances da carreira. Foto: ASP/Cestari
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Contra Parko, John John perdeu a chance de subir mais posições no ranking. Foto: ASP/Cestari
Sem nenhuma vitória neste, Joel se isolou na liderança do Tour, com a queda precose dos concorrentes ao título. Foto: ASP/Cestari
Na volta ao WCT, Raoni conquistou 4 mil preciosos pontos ao parar no Round 5. Foto: ASP/Cestari
Final
Julian Wilson (AUS) 16.26; Gabriel Medina 15.37
Semi
#1 Gabriel Medina 13.80; Joel Parkinson (AUS) 5.27
#2 Julian Wilson (AUS) 19.27; Adriano de Souza 4.87
Quartas
#1 Gabriel Medina 15.60; Josh Kerr (AUS) 10.67
#2 Joel Parkinson (AUS) 15.07; John Florence (HAW) 11.23
#3 Julian Wilson (AUS) 15.13; Owen Wright (AUS) 14.34
#4 Adriano de Souza 15.57; Jeremy Flores (FRA) 9.80
Round 5 (última bateria)
#4 Jeremy Flores (FRA) 7.34; Raoni Monteiro 3.34
Ranking do WCT (atualizado)
1. Joel Parkinson (AUS) – 52.700 pontos
2. Kelly Slater (USA) – 47.200 pts
3. Mick Fanning (AUS) – 47.00 pts
4. John Florence (HAW) – 44.350 pts
5. Adriano de Souza – 37.650 pts
8. Gabriel Medina – 33.150 pts
16. Miguel Pupo – 15.950 pts
19. Alejo Muniz – 14.950 pts
21. Heitor Alves – 14.750 pts
27. Raoni Monteiro – 10.000 pts
33. Jadson André – 6.500 pts
