Por Jerônimo de Barros
“Um estudante que decide aprontar mil e uma confusões numa onda gigante!”
Essa pode ser a chamada de Chasing Mavericks daqui alguns anos quando for exibido na faixa Sessão da Tarde, da TV Globo. O filme estrelado pelo escocês Gerard Butler (Rock’n’Rolla e 300) e dirigido por Curtis Hanson (8 Mile) está marcado para estrear em outubro nos EUA e conta a história de Jay Moriarty, surfista californiano que ficou famoso ao estampar a capa da revista Surfer aos 16 anos numa vaca impressionante em Mavs. Gerard Butler interpreta seu mentor, Frosty Hesson, o cara que o leva para encarar o pico.
Quem conhece surf já imagina o que acontece com Jay no final, afinal, sua história é notória. De toda maneira, o mais engraçado de tudo isso é a forma como a história é contada. Em um mercado de vídeos como os de surf, onde viver da produção independente é normal (e atinge um público específi co), a visão sobre o esporte nas ondas raramente chega à ficção e à busca dos espectadores da massa (os mesmos que assistem à Sessão da Tarde). Hollywood faz exatamente o contrário, e vive admirando o potencial do surf como ferramenta emocional em suas produções.
“Isso se trata de algo maior do que surf, é sobre as escolhas que você faz na vida”, diz, em off, a voz de Gerard no trailer do filme enquanto Jonny Weston (que interpreta Moriarty) aparece andando de bicicleta com uma loirinha sentada no guidão, depois chorando abraçado à mãe e, por fim, dropando o tubo verde-musgo da laje californiana. Na trilha sonora toca um indie rock progressivo. Emoção, paixão, desafio, adolescência… Corte seco. “Você precisa acreditar em si”, em off, Gerard. Explosão musical e letreiro, com a voz grave do narrador: “Chasing Mavericks”. Parabéns, terra dos sonhos, conseguiu explicar o espírito do surf de maneira plastificada de novo. Por outro lado, o espectador da Sessão da Tarde, que à vezes nem sabe que existe esse esporte ou esse estilo de vida, acaba descobrindo algo diferente, que vai além de seu pequeno mundo.
HOLLYWOOD NÃO ENTENDEU
Lembre aqui algumas maneiras que foram encontradas para fazer filmes de surf para o grande público e veja no nosso surfômetro a nota que damos pra cada uma delas:
* Matéria publicada originalmente na HC #276, setembro de 2012