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Alerta em Maresias

 


O óleo diesel pode ser visto no rio que desemboca no Canto de Moreira, na Praia de Maresias. Foto: André Motta

Por Kevin Assunção

Já se passaram cinco dias e as medidas da Petrobras não contiveram o vazamento de óleo diesel na Rio-Santos, na altura da praia de Maresias, São Sebastião (SP). O acidente aconteceu após um caminhão tombar na Serra de Boiçucanga, por volta das 17 horas da última quinta-feira (6).

Segundo a prefeitura de São Sebastião, 12 mil dos 15 mil litros de óleo diesel vazaram do veículo, que pertencia a Suatrans-Cotec, empresa contratada pela Petrobras Distribuidora para transportar a carga de Cubatão a Ubatuba.

A Petrobras utilizou mantas absorventes na estrada e oito barreiras instaladas no rio próximo ao local do acidente, no km 156 da rodovia, para conter a dispersão do combustível. A empresa afirmou em nota que todo o material “foi retirado da estrada e acostamento” e que “não foi evidenciado danos ambientais à região”.

A informação, no entanto, foi contradita pelos moradores da região. De acordo com o Engenheiro Agrônomo André Motta Waetge, a Defesa Civil e cerca de 30 voluntários iniciaram a limpeza da praia e do rio antes das ações da Petrobras. “Encontramos muitos animais mortos na área, como tartaruga, camarão e muitos peixes. Não há mais vida no rio”, relata André.


Moradores da região tentaram amenizar a dispersão do óleo no mar. Foto: André Motta

 

As barreiras de contenção não impedem a dispersão do óleo diesel, que já se espalhou pelo mar. A região do Canto do Moreira foi a mais afetada. As praias de Paúba e Toque-Toque Pequeno também foram atingidas.

O combustível não é fácil de ser visualizado no mar, mas o forte cheiro e os sintomas de banhistas e surfistas e de quem esteve na praia indicam a gravidade da situação. “Sem entrar na água, já senti muita dor de cabeça e náuseas”, conta André.

Apesar disso, a Cetesb manteve a classificação da praia como própria para banho. A entrada no mar do Canto do Moreira até uma faixa de 500 metros foi proibida pela Defesa Civil do município.

Os moradores locais já providenciaram a análise da água do mar em Maresias. O processo custou R$ 13 mil e o resultado sairá em 40 dias.

Membros da Associação Amigos do Canto do Moreira (AACM) e da Sociedade Amigos de Maresias (SOMAR) vão mover ação no Ministério Público Federal contra a Petrobras.

 As principais reivindicações são a substituição das medidas de contenção do vazamento e o monitoramento da praia pela Cetesb, para evitar que banhistas e surfistas entrem na água.

A recuperação dos danos ambientais e a indenização aos comerciantes locais também são requisitadas.


As barreiras não foram suficientes para conter o combustível, que vazou para o rio. Foto: André Motta

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