Foto: Marcelo Freire
Por Matias Lovro
Aldemir Calunga já acordou e está consciente após passar três dias na UTI sob coma induzido. Segundo a fotógrafa Camila Neves, que está com ele no hospital de Dalinda, Cidade do México, e falou com exclusividade com a HARDCORE, o surfista ainda não consegue falar, mas já responde que compreende o que dizem a ele. “Ele acenou com a cabeça que está entendendo tudo que estamos falando. Contamos dos acontecimentos, ele lembra da gente, lembra de tudo, só não do acidente. Não está falando ainda, apenas balbucia algumas palavras.”
O potiguar já não está mais entubado – respira apenas com o auxílio de um inalador. Amanhã, já está deve sair da sala de tratamento intensivo e ser movido para um quarto. “Ele ficou apenas agradecendo e agradecendo, muito emocionado, enquanto a gente falava para ele ficar calmo, pois caso ele se emocionasse muito, teríamos que sair da sala da UTI”, conta a fotógrafa. Calunga ainda fará diversos exames e deve receber alta em alguns dias.
O acidente
Calunga se afogou neste domingo, 2 de setembro, ao ser atingido no rosto por sua prancha após sair de uma onda de 8 pés em Puerto Escondido, na praia de Zicatela, México. Após uma parada cardiorrespiratória (grau 6) e com a bochecha perfurada, ele foi retirado do mar por outros surfistas – incluindo o bombeiro Marcos Monteiro, de Saquarema, RJ – e socorrido ainda na praia. Depois de uma pequena reação física aos procedimentos de primeiros socorros, o potiguar foi levado de ambulância até o hospital de Puerto Escondido, onde foi induzido ao coma transferido para o hospital de Dalinde, Cidade do México.
“Esticou o leash e a prancha voltou na cara dele, que desmaiou com 12 pés quebrando. O cara não subia”, conta Rogério Massud, amigo do acidentado, que estava na praia quando tudo aconteceu. “Marcos Monteiro foi um herói. Ele puxou o leash do Calunga como se estivesse pescando. Ele afundou e levantou o cara pelo pescoço, trazendo-o na gravata. Que cena! Séries de 10, 12 pés quebrando e o Marcos tomando na cabeça agarrado ao Calunga! Estou chorando aqui. Várias séries bombando, então o jet ski não conseguia entrar. E o Marcos ficou agarrado ao cara, só largou quando chegou à areia. Antes do Marcos Monteiro pegar o Calunga, um havaiano e o Lapo Coutinho o pegaram, mas entrou uma série e os caras não conseguiram segurar. Foi quando chegou o Marcos. O Petroni e o Greg Long também foram heróis agilizando os trâmites burocráticos do avião. Vamos rezar, mas, se Deus quiser, foi só um susto.”
Desde a década de 90, o big rider brasileiro sempre foi um dos destaques em ondas gigantes em lugares como Havaí, Taiti, Chile e México.
A equipe da HARDCORE deseja sorte na recuperação desse grande big rider brasileiro.