Por Fernando Maluf
Chegar bêbado em campeonatos, ser preso durante um voo internacional, dar WO duas vezes na mesma bateria são algumas das façanhas que ajudaram a construir o polêmico nome de Chris Ward nos anos 2000. Isso, claro, não seria nada sem um detalhe: o surf extremamente radical e progressivo do californiano.
Diferente da maioria dos atletas, Wardo entrou tardiamente no WCT, aos 27 anos. Em seu primeiro evento, eliminou Kelly Slater e Taj Burrow em plena Gold Coast e só foi derrotado pelo campeão Mick Fanning na final. Nos cinco anos em que fez parte da elite do surf mundial, ele ainda acumulou participações marcantes em eventos como Pipe e Teahupoo. No Tahiti, raramente saía do evento sem tirar uma nota 10. Já na rainha do North Shore, Wardo chegou a uma final, em 2008, perdida para Kelly Slater, e a uma semi, em 2007, quando eliminou Shane Dorian, Bruce Irons e Kelly Slater antes de ser parado por Pancho Sullivan. Nas duas ondas mais sinistras do Tour, era sempre um dos mais atirados.
Chris Ward não era o único surfista do WCT mais chegado a biritas do que baterias. Mas, no período em que o circuito inteiro buscava uma aparência mais profissional, ele era o único que assumia abertamente tal postura. Como já mostravam os filmes da …Lost, sua patrocinadora, Ward nunca demonstrou muito ressentimento por sua fama, que era quase sempre ofuscada pela performance nas ondas.
Ward ainda surfa, e muito. Mas, no meio de um surf que cada vez mais busca ser um esporte sério (ou parecer, ao menos), seus aéreos, ainda entre os mais altos e seus drops e tubos, ainda entre os mais deeps, já perderam espaço para nomes como Dane Reynolds, Julian Wilson e agora Gabriel Medina e John John Florence. A série War(d) Stories pretende reconstruir a saga de Chris Ward antes que seus feitos, dentro e fora d’água, sejam apagados pela história de um esporte sério e atlético.
O vídeo acima é um teaser. Acompanhe o lançamento dos novos capítulos aqui na HC.