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Dia das Viradas

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Por Julio Adler

Poucas baterias nessa quarta não foram resolvidas nos últimos minutos.
E não é de surpreender, desde que a Cacimba do Padre é uma onda que se presta muito bem a isso, com suas diferenças drásticas de maré e súbitas mudanças no line up.
Se logo na primeira bateria Sebastian Zietz foi capaz de achar uma meia dúzia de tubos que faziam a Cacimba lembrar muito mais um Off The Wall de tamanho convidativo, nas três baterias seguintes foi um sufoco achar onda decente. Ainda assim Raoni, Mason Ho e Romain Cloitre foram capazes de fazer notas acima do regular, safando-se da degola.
Não demorou até a maré esvaziar quase por completo, dando a deixa pra tradicional paradinha para esperar a subida da maré, excelente oportunidade para este que vos escreve correr pra dentro d’água.

Depois da caída

De volta depois das quatro horas de intervalo, o 26º Hang Loose Pro recomeçou com a 21ª bateria indo pra água num mar que parecia melhorar a cada série.
Foi quando começaram as viradas, sem interrupção.
Thiago Camarão lutou do início ao fim pra conseguir passar pelo francês Vincent Duvignac. Vincent tinha tudo resolvido até o último minuto, quando Camarão achou uma esquerda e moeu a pobre coitada até conseguir quanto precisava.
Na bateria seguinte foi a mesma história, Torrey Meister dominava com tranquilidade até os minutos finais, quando Dion Atkinson renasceu e quase fez uma nota 10 unânime. Dion pulou de terceiro pra primeiro, Mitch Coleborn fez o suficiente pra passar e Torrey Meister teve sua volta antecipada.
Aritz Aramburu, que já venceu aqui em 2007, fez uma das melhores baterias da sua carreira, diria eu.
Brian Toth não teve dificuldades pra ganhar a última bateria da primeira fase.

Ricardin, Ricardin…

A segunda fase começou quente.
Felipe Toledo, apesar de arder de febre, arrastava a primeira bateria sem muitos problemas, com Charles Martin em segundo, até Chris Ward e Willian Cardoso acordarem faltando pouco mais de cinco minutos, virando o resultado de forma espetacular.
Ricardo Santos mostrou que o ritmo e desejo de surfar ondas pesadas determina seu destino.
Pouca gente, ou ninguém, estabeleceu um desempenho tão comprometido com o mais completo abandono como Ricardinho nesse evento – e, por que não, nos últimos eventos com ondas de consequência?
Ricardo podia ter feito o primeiro 10 do campeonato.
E talvez o que tenha sido o grande momento do campeonato aconteceu justamente na última bateria do dia, Marlon Lipke, Kevin Sullivan, Miguel Pupo e Leandro Bastos.
Sullivan, havaiano de Maui, liderava a bateria e Marlon tinha conseguida a façanha de virar o resultado em cima do Miguel Pupo. Leandro computava uma onda boa e não achava mais nada.
Miguel precisava duma boa onda, Leandro dum milagre.
Sendo na Cacimba do Padre, milagres acontecem.
Uma vez mais, nos derradeiros minutos da bateria, Pupo e Bastos encontraram tudo (tubo) e viraram a disputa quando já não havia mais tempo de reação.
Miguel teve seu momento sublime em 2012, metendo pra dentro duma bomba, saindo, e ainda pegando outro!
Leandrinho precisava de uma nota também alta quando tudo já parecia perdido.
Não estava.
Leandrinho pegou um dos mais impressionantes tubos de backside do dia e Miguel Pupo surfou uma das maiores e mais cavernosas ondas do evento.
Finalmente um 10, pensamos todos… mais uma vez na trave, mas suficiente para passar os dois brasileiros na última bateria do dia. A questão que permanece é,
o que é preciso fazer para conseguir esse bendito 10?

Veremos nessa quinta.


Miguel Pupo, com o tubo que se seguiu a este drop, foi responsável por uma das muitas viradas do dia. Foto: Daniel Smorigo.

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