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sábado, 20 abril, 2024
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DIÁRIO HABAIANO 3

 
Por Julio Adler / Fotos ASP – Kirstin

Para ganhar o epíteto de espetacular, as ondas havaianas precisam de mais muitos pés de altura, tubos de caber um SUV (tão na moda aqui), poder suficiente pra derrubar um prédio e uma quantidade de pavor capaz de espantar uma aldeia inteira da beira do mar. Como hoje.
E Waimea nem passa dos 15 pés…
Sunset nesse exato momento é o mais próximo que uma máquina de lavar se aproxima dum pico de surfe.
Campeonato já começou, podemos ver aqui da sala.
Ross Williams acaba de declarar que depois dum ano cheio de eventos realizados em beachbreaks, aéreos pra todo lado, agora é hora do verdadeiro desafio.
Na opinião do Ross, ex top 44, campeão da bateria de lendas em Haleiwa, em condições como a de hoje, é mais fácil apostar no Michael Ho do que no Gabriel Medina.
Michael Ho tem quase 60 anos, mais velho que os pais do Medina.
Mas, atenção! Isso é apenas Ross Willians falando…

Espionagem dupla

Vou tentar usar a linguagem predileta dos nossos intrépidos repórteres, press releases…
Aconteceu nesse sábado, dia 26/11, na cidade de Haleiwa, uma reunião dos competidores (atletas) do circuito que foi uma vez conhecido como WQS.
Kieren Perrow convocou a reunião e foi prontamente atendido por uns 20 gatos pingados dos 128 que aqui estão pra competir. Junior Faria, Jesse Mendes, Ricardinho Santos e Willian Cardoso estavam lá, atentos e participativos.
Kolohe Andino – que não estará mais no QS em 2012 – marcou presença na companhia do seu mentor, Mike Parsons.
Cory Lopez sentou-se logo ao lado do KP, veteranos de guerra que são.
A pauta foi extensa, debateu-se tudo, do privilégio dos havaianos ao competir em casa até a qualidade dos webcasts nos eventos Primes.
Kieren manteve sempre sua calma habitual ao expor a atual situação do Circuito mundial.
Existe a possibilidade firme do Tour voltar a ser o que era três anos atrás, ou seja, duas divisões claramente separadas e independentes, nada de ranking unificado, ranking do título mundial e outros experimentos.
Ao que tudo indica, a ASP sentiu o golpe da temporada de 2011.
Falamos mais disso quando Renato Hickel chegar no Havaí.
Voltamos, eu e Ricardinho, conversando sobre o quão produtiva foi a reunião.
Temo que para os surfistas ascendentes ter como representante um Top 32 é quase um tiro no pé.
Como confiar num sujeito que, talvez, queira defender seus próprios interesses como um deputado no congresso?
Percebam que usei a palavra talvez.
E uso o talvez porque gostaria de saber se é verdadeira a informação que KP recebe salário da ASP para defender, olhaí!, os interesses dos surfistas.
Alega-se que Kieren investe uma grande parte do seu tempo para se embrenhar nos labirintos das centenas de assuntos pendentes e merece um incentivo, que não apenas moral, para voluntariamente representar seus camaradas.
Isso seria quase como espionagem dupla na guerra fria.
Perrow lamentou que quase todas grandes reuniões da ASP excluam os surfistas do QS, isso porque sempre marcadas durante os WTs que coincidem, vejam só, com Primes.
Parece muito conveniente que nas poucas oportunidades que estão todos juntos, WTs e Qs, como no US Open por exemplo, nunca haja uma convocação para ouvir a grande maioria dos surfistas do Circuito Mundial, suas reclamações, desejos e anseios.
Cá entre nós, quem se preocupa com isso?
Uns 250 aventureiros, algumas dezenas de milhares de fãs e esse servo que vos escreve essas mal traçadas. Aloha!

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