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Diário Habaiano


Jessé Mendes, decolando no caminho para o WT. Foto ASP.

Por Julio Adler

Acordamos cedo e quando digo cedo quero dizer muito cedo, 3 da matina.
O fuso horário faz isso conosco. Ainda no dia anterior, fiz Rio/Atlanta/South Lake City/Honolulu, 30 horas de avião e aeroporto, ninguém aguenta…exceto quando na outra ponta está o Havaí.
Surfamos sozinhos por quase duas horas num dos picos mais malditos do North Shore.
Nunca imaginei que um dia diria isso, mas como eu gosto disso aqui…

Duas Coronas depois…

Bruno Lemos é fotografo, mora no Havaí e surfa melhor do que muita gente que é obrigado e fotografar, principalmente quando as ondas ultrapassam os 12 pés.
Nessa terça feira, Bruno tirava fotos do Reef Hawaiian Pro 2011 e filmava ao mesmo tempo, tudo no mesmo tripé.
A correria era imensa pra pegar uma entrevista com Mineiro, que ganhou sua bateria, ou com Leo Neves, que destruiu uma esquerda com suas marretadas de backside e virou de forma espetacular contra Conner Coffin e Mason Ho.
Leo estava em quarto, precisando dum 8.04 e fez um 8.43. Odeio ter que escrever notas de forma tão fria e distante assim, mas as vezes pode ser o melhor artifício pra manter o interesse do leitor.
John Florence (que de agora em diante largou de vez o segundo John do nome) é tão relaxado que dá raiva.
A facilidade em realizar as mais complicadas manobras constrange mais da metade dos seus adversários.
Uma manobra do John John, perdão, do John Florence, se feita pelo Matt Wilko, por exemplo, valeria uns três pontos a mais com todos aqueles braços voando pra tudo quanto é lado…
Josh Kerr fez mais uma das suas, aproveitando o vento norte que vinha no sentido contrário das pequenas esquerdas que quebravam em Haleiwa (ou seria Haleiva?) e voou, rodou, voltou – maior nota do dia.
Camarão foi outro que saiu sorrindo do mar e tem a grande chance de descartar mais um resultado nesse final de temporada excelente que vem fazendo.
Ele e Jessé Mendes precisam de dois resultados expressivos no Havaí para entrar na briga com os Top 32 em 2012.
Jessé tem novo patrocínio, deixou a Rip Curl e agora defende uma das maiores rivais da marca, Quiksilver.
A chance dos dois entrarem no corte do final do ano é muito grande, na minha opinião arrisco dizer que os dois entram, junto do Panda.
Gabriel Medina optou por não competir no resto do Triple Crown para concentrar no Pipe Masters, uma opção precoce e arriscada para um surfista tão jovem, mas por outro lado, tudo que Medina fez até hoje foi precoce e arriscado.
Bruno Lemos é fotografo, mora no Havaí, estava em Fiji naquele swell gigante, estava tambem em Teahupoo naquela estupidez que todos testemunhamos durante o campeonato e hoje fotografava uma marolas safadas na porta de casa.
Vida de fotógrafo não é facil.

Nota da redação: o Reef Hawaiian Pro terminou neste quarta feria, vencido por Taj Burrow. Adriano de Souza foi o melhor brasileiro, chegando na final e terminando em terceiro. Jessé Mendes avançou até as quartas de final, onde terminou em último na sua bateria, finalizando o evento na 9ª colocação.

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