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sexta-feira, 26 julho, 2024
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Ladies First – ela é cascagrossa

Texto e fotos por Manuela D’Almeida

Apesar de não ter faturado o Billabong XXL deste ano, a carioca Maya Gabeira continua sendo a surfista brasileira de maior sucesso e uma das referências do surf feminino cascagrossa no mundo. O rosto de Maya e a sua história já foram vistos e revistos por diversos meios especializados. Quando não está em algum lugar remoto do globo, remando ou sendo rebocada nas maiores da série, a watergirl está no Rio de Janeiro ou em Los Angeles cumprindo responsabilidades e compromissos de uma atleta de ponta. Sempre profissional, linda e impecável.

Acompanho a Maya desde que ela conquistou o primeiro XXL, em 2007, e desde lá fizemos várias fotos e entrevistas juntas. A cada ano que passa fico feliz em ver como ela contribui para a evolução do surf feminino no mundo, e como flui o seu sucesso graças às performances tão destemidas. Durante a participação no WT Brasil, consegui um espaço em sua concorrida agenda para fazer fotos conceituais. Enquanto era maquiada, batemos um papo rápido e Maya fez algumas revelações interessantes.

Imaginei que depois de acostumada a ganhar tantas vezes o XXL, não deve ter sido fácil perder pela primeira vez. A atleta revelou não ter tido sorte. Maya alegou que suas melhores ondas não foram registradas e que sabia que este seria o ano da havaiana Keala Kennely: “Eu já estava preparada, sei da história e do respeito que ela conquistou durante os anos de Circuito Mundial. A Keala também é uma atleta da Billabong, mas não acho que ela faz a mesma coisa que eu. Não a vejo como uma surfista de ondas grandes”. Segundo a big rider, a vitória da havaiana aconteceu por ela ter ganho um campeonato disputado na remada, em novembro passado, na onda de Nelscott Reef, no Oregon. Competição na qual Maya fez questão de não participar. “Eles fizeram a bateria no dia seguinte ao swell, depois da competição masculina. Mas eu não quero surfar no dia seguinte ao swell. Quero competir com os homens, mas fora do Brasil isso parece ser impossível”.

De fato, o Brasil foi o lugar onde ela conseguiu dividir as águas com os homens. Tendo Felipe Cesarano como dupla de tow in, a carioca participou do evento de ondas grandes ocorrido em maio na Laje de Jaguaruna, em Santa Catarina. Foi a primeira vez que ela competiu com os homens: “Fiquei feliz por ter participado, pois tenho lutado bastante para conseguir entrar em eventos deste formato. Peguei umas cinco ondas, achei bem irregular e difícil, mas valeu a experiência”.

Em sua última vinda ao Brasil, Maya também estreou em outra modalidade. Além de participar do campeonato na Jaguaruna, Maya foi convidada como wildcard para correr o WT do Rio, na Barra da Tijuca. Foi a primeira vez que a musa do surf feminino enfrentou as melhores do mundo no surf de competição. No entanto, Maya não passou do primeiro round e comprovou que as marolas não são sua especialidade. “ Fiquei bem honrada pelo convite, foi um privilégio dividir o outside com as surfistas, mas não sei se faria novamente”, me contou, claramente desanimada com o resultado da experiência.

Depois do desabafo, fizemos as fotos. Agora é esperar e ver quais serão os próximos passos de Maya, uma mulher inspiradora para muitas brasileiras que buscam o lado mais extremo da vida.

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