O BSR Cable Park anunciou neste domingo (30) o fechamento, pelos próximos cinco meses, da sua piscina de ondas artificiais, em Waco, Texas. Em um comunicado, o parque afirmou que vai implantar, neste período, um novo sistema de filtros, além de seguir o tratamento químico da água. Acredita-se que a água do local possa estar contaminada com a ameba Naegleri fowleri, também conhecida como “comedora de cérebro”. Um surfista de Nova Jersey morreu no dia 21 de setembro infectado pela ameba, dias após uma sessão de surf na piscina.
No final da semana passada, pesquisadores do centro de controle de doenças dos Estados Unidos coletaram amostras da água da piscina para testar a presença da ameba. Os resultados devem ser anunciados até esta sexta-feira.
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O parque tinha inúmeras sessões de surf reservadas para a piscina. O comunicado afirma que não haverá devolução do dinheiro pago pelas reservas, mas que os clientes poderão realizá-las no futuro, após a reabertura da piscina.
Após a divulgação da notícia da morte de Fabrizio Stabile, de 29 anos, o surfista de Nova Jersey que contraiu a ameba, o parque havia anunciado o fechamento da piscina pelo prazo de uma semana. Dias depois, as novas medidas de segurança foram anunciadas junto com a notícia do fechamento da piscina por cinco meses.
Por se tratar oficialmente de um lago, o tanque do BSR Cable Park não era obrigado a fazer a filtragem da água, tampouco precisava seguir outras normas de segurança aplicadas a piscinas.
A piscina de ondas de Waco recebeu, nas últimas semanas, um campeonato de aéreos realizado pela revista australiana Stab. Além disso, diversos grandes nomes do esporte estiveram por lá recentemente, incluindo o campeão mundial de 2014, Gabriel Medina.
O que é a “ameba que come cérebros”?
A Naegleria fowleri pode ser encontrada em lagos ou outras fontes de água doce e temperatura morna, inclusive piscinas que não tenham sido devidamente higienizadas.
Ela entra no sistema sanguíneo pelo nariz, e dali vai para o cérebro. Ali, provoca uma infecção conhecida como Meningoencefalite Amebiana Primária, que causa a morte da pessoa infectada entre uma e duas semanas.
O contágio por esta ameba dificilmente é identificado, na maior parte das vezes apenas quando o infectado já foi a óbito. Segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, entre 1962 e 2017, apenas quatro das 140 pessoas infectadas por ela sobreviveram.
Ela já foi encontrada em lagos na Argentina e acredita-se que possa existir também no Brasil, embora não haja nenhum registro conclusivo sobre isso até hoje.
Leia o comunicado divulgado pela administração do BSR Cable Park:
Texto: Redação HC
Imagens: reprodução/BSR Cable Park