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sexta-feira, 15 março, 2024
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HARDCORE #340 • JUNHO/18

Bombas! O outono brasileiro rendeu ótimas ondulações, como comprova a capa desta edição, no Shock, em Itacoatiara (RJ). Eric de Souza pega um tubo quadrado na laje fluminense, fotografado pelo jovem Lucca Biot.

Com fotos de Biot e Tony D’Andrea, a matéria “Ficando em Shock” retrata dois swells pesados que se encaixaram de forma perfeita e desafiadora nesta laje de Itacoatiara. Eric, Caio Vaz, Daniel Rangel e Pedro Scooby encaram a onda inospitaleira.

Ainda no estado do Rio de Janeiro, a matéria “Nosso Maracanã” celebra a história de Saquarema no surf competitivo, dos festivais nacionais às etapas do QS e o estabelecimento como etapa do World Tour. De pano de fundo, a Barrinha épica desbravada pela a elite no Oi Rio Pro deste ano.

Os picos de “Floripa” também quebraram de gala, e o fotógrafo Marcio David estava a postos para registrar os melhores momentos de Greg Cordeiro em Naufragados, e Murillo “Kbeça”, Ramiro Rubim e Binho Nunes no Riozinho.

Guilherme Herdy, Itacoatiara.

E não tem como falar sobre bombas sem conversar com Rodrigo Koxa. Ele quebrou o recorde de maior onda surfada pelos 80 pés na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal. A construção desta história de renovação e glórias é contada no perfil “Aviso do Espírito Santo”.

Já a entrevista do 10 Perguntas é com Fernando Machado, que comanda o grupo GSM Brasil (Billabong, Element, RVCA). Ele reflete sobre o mercado e os gargalos de um segmento que cresceu muito e perdeu, em partes, os seus principais valores ao atravessar crises.

E mais: um mês de erupções do Kilauea nos faz lembrar da origem do arquipélago do Hawaii; a Prancha Mágica com a qual Eric de Souza desbrava a laje do Shock; Alma Hardcore e o mundo dos shapes com Marco Aurélio Lopes, da Surface; Rodolfo Bergamo “Rudy” no Art Room; o poder da lua na influência de marés e swells; produtos core para a temporada outono-inverno.

Além, é claro, das célebres colunas. Em “O surf salva”, na Sweet and Sour de Janaína Pedroso, dependência química e o poder regenerativo de pegar uma onda. “A Volta do Longboard Feminino”, na Polaroids de Chloé Calmon, é uma comemoração do novo Circuito Brasileiro da modalidade. No Darkroom de Heverton Ribeiro, um tradicional reduto do skate paulista, Pug Skateparks, com Murilo Peres no bs nose bone; e, para fechar, uma coluna poética de Casami.

HC de junho nas bancas! Garanta a sua.

 

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Ficando em Shock
Fotos de Lucca Biot e Tony D’Andrea

Entre as principais lajes fluminenses está o Shock, que quebra em uma baía próxima à onda de Itacoatiara. Neste outono, Caio Vaz, Daniel Rangel, Eric de Souza e Pedro Scooby encararam a inospitaleira onda.

Rangel: “Com a entrada dos swells, ficamos na missão de slab hunt total. Uns foram para o Sul. Já outros permaneceram aqui no Rio de Janeiro, como eu. O Shock, com certeza, é uma das lajes mais pesadas do Brasil.”

Vaz: “O Shock é uma onda animal e assustadora. É desafiadora, buraco. Quebra em cima de uma rasa bancada de pedra. Todo mundo que surfa lá já acabou-me cima das pedras ali na frente.”

De Souza: “Esse percurso até Niterói, com jet na carreta, cheio de equipamento, trânsito no Rio, é uma função absurda. Voltar com essa lembrança [de uma onda perfeita] deixa com um sorriso de orelha a orelha.”

Scooby: “Não é só nas fotos que o Shock parece a onda mais pesada do Rio de Janeiro e do Brasil. Ao vivo também. O Shock é a onda de Itacoatiara, mas em cima de uma pedra. Isso a torna cabulosa, forte, e potencializa a pressão que a onda exerce.”

 

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Aviso do Espírito Santo
por Adriano Vasconcellos

Retratos Alexandre Gennari

Na madrugada do dia 8 de novembro de 2017, início já frio do inverno europeu, Koxa tem dificuldades para dormir, passa frio, vira-se. Reza, ganha sintonia com Deus, sente-se leve, sonha. O big rider do Guarujá dorme de olhos abertos, mira um momento de superação pessoal na pilha do swell que iria encarar antes mesmo do dia clarear. Ali, deitado, um filme passa por sua cabeça. Na vida real, o último capítulo dessa história ganha um final feliz com a maior onda já surfada por um homem, 80 pés (24,38 metros), feito gravado para sempre no Guinness World Records.

“Quando olhei, a onda era um prédio e me assustei pelo tamanho. O Serginho sentiu a vibe e começou a gritar: ‘Koxa! É bomba, é bomba!’ Eu olhei nos olhos dele e gritei: ‘Gooooooo!.”

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Nosso Maracanã
por Kevin Damasio
Fotos de Poullenot/WSL

De festivais internacionais históricos aos campeonatos internacionais, Saquarema foi alçada ao palco principal do surf de competição no Brasil nas últimas décadas – e a Barrinha comprovou isso no Oi Rio Pro deste ano.

 

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10 Perguntas: Fernando Machado
por Adriano Vasconcellos

Fernando Machado, 36, comanda o Grupo GSM Brasil, que comporta as marcas Billabong, Element e RVCA, e tem sob seu guarda-chuva a Von Ziper e Xcel. 

HC: Como proceder nesse momento de crise no mercado de surfwear? Estamos vivendo o melhor momento da Brazilian Storm, dos campeões mundiais e da audiência, mas por outro lado o mercado está completamente fragilizado.

Fernando: Eu acredito que a crise econômica vai passar, mas que o buraco é um pouco mais embaixo no nosso segmento. Em termos de esporte, é o melhor momento. Só que o mercado não está acompanhando esse mesmo ritmo. Fiz até uma brincadeira na última convenção de vendas. Quando eu tinha 3 anos, meus pais tinham uma loja de surf. A minha mãe trabalhou em loja de surf com 16 anos. Eu tenho uma foto da loja dos meus pais, que se chamava Raio-X. Eu estava na vitrine, bagunçando. Nessa foto dá para ver bem a loja, a vitrine, as camisetas todas empilhadas em prateleira e os banners de marcas na vitrine. Eu bati uma foto duas semanas antes do encontro comparando com uma loja atual, e é o mesmo cenário. O mesmo cenário de 33 anos atrás. Se você analisar o quanto o atual consumidor de 16 anos de idade evoluiu, o comportamento dele é outro. Eu acredito que o mercado demorou para se modernizar em relação a este novo formato de consumidor, e estamos pagando um preço alto por isso.

 

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Shots Floripa
Fotos de Marcio David

Com os tubos dos surfistas Greg Cordeiro, Murillo Kbeça, Ramiro Rubim e Binho Nunes, em Naufragados e no Riozinho.

 

 

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