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Direto do front 2 – Por Steven Allain


Eddie Rothman. Foto: Henrique Pinguim

Por Steven Allain

Ira havaiana

Não é novidade que o novo formato do Pipe Masters não agradou boa parte da comunidade local. Enquanto antes 16 wildcards havaianos participavam do main event, esse ano uma triagem decidirá duas vagas para os locais. O “xerife” do North Shore, Eddie Rothman, inclusive já havia se pronunciado, dizendo que esse formato não seria admitido em águas havaianas (confira aqui).

A ASP ignorou as ameaças do Black Trunk original e manteve o formato – tanto que a infame triagem começou ontem. Nos bastidores, porém, se comenta que o corte no número de locais no Pipe Masters não foi, nem será, esquecido. Uma fonte próxima a Rothman (que, previsivelmente, pediu para não ser identificada) afirma que a “petulância” da ASP vai custar caro. Nada disso é fato, naturalmente. Mas nada mais típico do North Shore do que conjecturar sobre quem é o alvo da vez e qual será a punição ao infrator (#northshoregossip). 

A insatisfação com o Pipe Masters não parou por aí. Bruce Irons, que não foi convidado para a triagem, soltou o verbo contra o patrocinador do evento em um post com a imagem do cartaz do evento no seu Instagram. O Pipe Master de 2001 escreveu (obs: editado para melhor compreensão): 

“Hoje vivo um dos pontos baixos da minha carreira porque a Billabong me informou que não há lugar para mim em seu campeonato – que é justamente em memória a meu irmão Andy Irons. Todo poster, camiseta, boné e banner do evento tem uma foto dele. Haviam 28 havaianos na triagem, mas por alguma razão não tinha lugar para mim. Hoje perdi todo meu respeito pela Billabong e tenho certeza que meu irmão ficaria muito desapontado com essa decisão também – especialmente considerando-se quanto dinheiro ele fez para essa empresa e os três títulos que venceu vestindo sua camisa. Enquanto esse campeonato for chamado de “Pipe Masters in Loving Memory of Andy Irons”, o mínimo que podem fazer é me colocar no evento.”


Enquanto isso, em Jaws…

Muitos brazucas tocaram para Maui ontem, já que a previsão apontou que Jaws deve quebrar de gala essa semana. Quarta-feira é o maior dia do swell, mas hoje Peahi já deu as caras com séries de 20-25 pés. O surf de aquecimento proporcionou algumas baixas: Lucas Silveira lesionou o ombro; Conan Oliveira protagonizou a vaca do dia e Diego Silva passou o sufoco da vida, ficando duas ondas submerso. “Bizarro, achei que ia morrer,” disse o carioca. “Quase fui, mas estou aqui! Amanhã é o dia.” Em contrapartida, o ubatubense Wiggolly Dantas – que está garantido no WCT 2015 – pegou várias bombas, com direito a um belo tubo na esquerda. Quarta-feira promete estar XXL e você confere em breve as melhores imagens aqui no site da HC e nas próximas edições da revista.  

Longe dos holofotes, Silvana quebra Haleiwa

Durante uma sessão de freesurf ontem em Haleiwa, Silvana Lima mostrou que está pronta para o WCT 2015. A cearense era facilmente a melhor surfista no mar, destruindo as ondas com um ataque agressivo e vertical para marmanjo nenhum botar defeito. Steph, Carissa e cia que se cuidem. A brasileira parece estar numa missão para recuperar o tempo perdido e vai dar trabalho no ano que vem.


O WCT feminino terá uma Silvana Lima embalada em 2015. Foto: Divulgação

Cuidado com eles!

No final das contas, a triagem da discórdia não foi decidida inteiramente. As condições – que pela manhã eram excelentes, proporcionando altos tubos e high scores – foram deteriorando-se durante o dia e a organização decidiu suspender as disputas após a segunda semifinal. Com isso, os quatro finalistas vão brigar pelas duas vagas no main event quando o campeonato prosseguir – o que pode ocorrer já nesta quarta-feira. Os favoritos a levarem as triagens são Jamie O’Brien e Reef McIntosh. E são justamente eles que representam, possivelmente, a maior ameaça ao título de Gabriel Medina. Com nada a perder e experiência de sobra no pico, podem complicar para o brasileiro –  que pega um dos wildcards logo em sua primeira bateria. Makai, filho de Liam McNamara, e Hank Gaskell completam a final das triagens. 

Apesar da reclamação dos locais, o novo formato provou ser um acerto. Ele é mais justo com os integrantes do WCT e ao mesmo tempo também valoriza os trialistas, que tem que vencer um campeonato dentro do campeonato para ter a chance de disputar o caneco. Demorou, mas consertaram a regra mais injusta do Pipe Masters – uma mancha que até então evidenciava a fraqueza da ASP perante a truculência local.

Confira abaixo imagens do fotógrafo Henrique Pinguim do Pipeline Invitational 2014 


Reef McIntosh, Pipeline Invitational 2014. Foto: Henrique Pinguim

 


Jamie O’Brien é um dos classificados para a final. Foto: ASP/KC

 


John John Florence assistia ao evento sobre a árvore do seu quintal. Foto: Henrique Pinguim

 


Pipeline Invitational 2014. Foto: Henrique Pinguim

 

Kai Barger, Pipeline Invitational 2014. Foto: Henrique Pinguim

 


Ian Walsh, Pipeline Invitational 2014. Foto: Henrique Pinguim

 


Makai McNamara, Pipeline Invitational 2014. Foto: Henrique Pinguim

 

Kalani Chapman, Pipeline Invitational 2014. Foto: Henrique Pinguim

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