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relato do salvador

O site mexicano Centralsurf.tv publicou a sequência de fotos do acidente de Calunga. Foto: Angel Salinas/centralsurf.tv

Por Matias Lovro

Marcos Monteiro já foi chamado de herói por sua atuação no resgate de Aldemir Calunga. O bombeiro de Saquarema (RJ) segurou-o acima da superfície enquanto séries de 12 pés quebravam sobre a vítima desacordada. A HARDCORE conversou com Monteiro, que relatou o acontecimento segundo sua própria experiência. Segundo ele, 6 minutos se passaram entre o momento do afogamento e a chegada à praia. Confira o relato:

“Eu estava surfando com o Rodrigo Koxa, o Lapo Coutinho e o Lucas De Nardi, quando percebemos que, depois de um tubo, o Calunga não subia e que seu estrepe estava esticado pra baixo d’água, então fomos em sua direção. Lapinho o agarrou depois de um havaiano, Mike, tê-lo puxado pelo estrepe, mas uma onda enorme espalhou todo mundo. Cheguei nesse instante e levantamos ele de novo. Daí em diante agarrei o Calunga com toda força que pude e, depois de tomar várias ondas na cabeça, conseguimos chegar até a praia. Foi muito difícil, pois ele estava apagado e no meio de muita corrente e ondas grandes quebrando na nossa cabeça, mas mesmo assim conseguimos sair da água. Nesse momento, com a ajuda dos guarda-vidas locais iniciamos o REP, a reanimação cardiopulmonar, e em alguns minutos o Calunga já estava respirando sozinho. A praia toda se encontrava em choque e comovida com aquela situação. Várias pessoas estavam chorando. Percebi ali o quanto ele é muito querido naquele lugar.”

Em recuperação

Calunga respondeu bem à broncoendoscopia pela qual passou ontem (segunda-feira) à noite. O procedimento, realizado com uma câmera aspiradora que permite a visualização e retirada de grãos de areia nos pulmões da vítima, causou febre passageira no surfista de 39 anos, que agora já se recupera. Uma tentativa de retirá-lo do coma só poderá ser feita após o efeito dos sedativos passar totalmente.

Em uma atualização em seu perfil no Facebook, o empresário Petrônio Tavares – amigo de Calunga e proprietário da marca Greenish, patrocinadora do atleta – escreveu sobre sua conversa com o médico: “O quadro continua o mesmo, sem febre, urinando um pouco mais que ontem, cada vez menos sedativos, estável. É aguardar os efeitos dos sedativos passarem totalmente. O médico fala que ele tem um corpo forte e que tenhamos muita fé. Cabe a nós esperar orando para que nosso grande amigo desperte.”

O acidente

O potiguar de 39 anos se afogou neste domingo, 2 de setembro, ao ser atingido no rosto por sua prancha após sair de uma onda de 8 pés em Puerto Escondido, na praia de Zicatela, México. Após uma parada cardiorrespiratória (grau 6) e com a bochecha perfurada, ele foi retirado do mar por outros surfistas – incluindo o bombeiro Marcos Monteiro, de Saquarema, RJ – e socorrido ainda na praia. Depois de uma pequena reação física aos procedimentos de primeiros socorros, Calunga foi levado de ambulância até o hospital de Puerto Escondido, onde foi induzido ao coma transferido para o hospital de Dalinde, Cidade do México.

“Esticou o leash e a prancha voltou na cara dele, que desmaiou com 12 pés quebrando. O cara não subia”, conta Rogério Massud, amigo do acidentado, que estava na praia quando tudo aconteceu. “Marcos Monteiro foi um herói. Ele puxou o leash do Calunga como se estivesse pescando. Ele afundou e levantou o cara pelo pescoço, trazendo-o na gravata. Que cena! Séries de 10, 12 pés quebrando e o Marcos tomando na cabeça agarrado ao Calunga! Estou chorando aqui. Várias séries bombando, então o jet ski não conseguia entrar. E o Marcos ficou agarrado ao cara, só largou quando chegou à areia. Antes do Marcos Monteiro pegar o Calunga, um havaiano e o Lapo Coutinho o pegaram, mas entrou uma série e os caras não conseguiram segurar. Foi quando chegou o Marcos. O Petroni e o Greg Long também foram heróis agilizando os trâmites burocráticos do avião. Vamos rezar, mas, se Deus quiser, foi só um susto.”

Desde a década de 90, o big rider brasileiro sempre foi um dos destaques em ondas gigantes em lugares como Havaí, Taiti, Chile e México.

A equipe da HARDCORE deseja sorte na recuperação desse grande big rider brasileiro.

Após sair de um tubo, o leash de Calunga puxou sua prancha, que atingiu o rosto do surfista, deixando-o inconsciente dentro da água. Foto: Angel Salnas/centralsurf.tv

O bombeiro de Saquarema (RJ), Marcos Monteiro, foi chamado de herói por amigos de Calunga por tê-lo retirado da água sem largá-lo em meio a séries de 12 pés no pesado beachbreak de Puerto Escondido. Foto: Angel Salinas/centralsurf.tv

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