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Shane Dorian pode fazer a diferença para surfistas dos EUA nas Olimpíadas

Shane Dorian, um dos surfistas mais respeitados do mundo, foi escolhido para ser o técnico da equipe de surf dos Estados Unidos nas Olimpíadas de Paris 2024. Mesmo sem nunca ter procurado essa ocupação, Dorian foi selecionado pelos próprios atletas da equipe, destacando-se por sua vasta experiência e conhecimento em ondas de consequência, como Teahupo’o, no Taiti, onde serão realizadas as provas de surf de Paris 2024.

Aos 51 anos, Dorian acumula um histórico de peso no surf. Ele competiu em alto nível no Championship Tour (CT) por 11 anos e depois passou a se dedicar ao desafio das ondas gigantes. Com mais de três décadas de experiência em Teahupo’o, o havaiano pode fazer a diferença como treinador.

Sua familiaridade com a onda taitiana e sua trajetória como competidor são fatores que dão confiança ao forte time de surfistas americanos classificados para as Olimpíadas: John John Florence, Griffin Colapinto, Carissa Moore, Caroline Marks e Caity Simmers.

Diante do desafio olímpico, o treinador entende que cada surfista tem as suas necessidades específicas. “É fascinante, o aspecto psicológico de aprender sobre o atleta e o que o faz funcionar. E como ele responde a diferentes informações, diferentes elementos do dia, ao estresse, à previsão. Todas essas coisas influenciam em como está sua mentalidade no dia da competição. E cada atleta individual é completamente diferente do outro. E eu tento não ter um programa no qual eu conecto as pessoas, tipo, ‘este é o estilo de treinamento de Shane — bem-vindo a ele!’ Esse não é o meu negócio. Eu realmente quero tentar treinar as pessoas da maneira que eu sinto que elas estão respondendo melhor”, explica ele sobre sua abordagem em entrevista ao Surfline.

“Alguns atletas, especialmente em Teahupo’o, precisam de muito mais do que outros atletas. Alguém como John só precisa de paz, silêncio e de alguém para ajudá-lo a observar as ondas. Agora se as ondas forem realmente grandes e pesadas, outra pessoa pode precisar de muito mais suporte e informação — e eu passaria muito mais tempo sentado com essa pessoa antes da bateria, certificando-me de que ela não esteja muito ansiosa ou muito assustada ou algo assim. Eu tento ser conciso e ajudá-los a ficarem calmos sendo calmo eu mesmo. Além disso, muito trabalho pode ser feito aqui bem antes do evento”, complementou.

Com a pressão de um evento como as Olimpíadas, especialmente por ser apenas a segunda vez na história que o surf estará no maior evento esportivo do mundo, a preparação mental e técnica se torna ainda mais crucial.

O time norte-americano é competitivo e experiente, já contando com uma medalhista de ouro olímpico, a havaiana Carissa Moore. Ainda assim, a presença de um técnico como Shane Dorian pode ser a grande chave para o sucesso. Sua experiência e conhecimento das ondas de Teahupo’o, combinados com seu entendimento de abordagem personalizadas são vistas como diferenciais importantes para ajudar os atletas a alcançar seu melhor desempenho e, consequentemente, medalhas olímpicas.

“Parece meio estranho dizer isso, mas sinto que sou excepcionalmente qualificado para a posição. Venho a Teahupo’o há três décadas todo ano e passei muito tempo lá com uma camisa de competição, cheguei às finais. E mesmo que essa parte possa não ser tão importante para mim, é importante para o atleta. Eles realmente confiam que eu já estive no lugar deles em situações de alta pressão com uma camisa de competição e fiz isso com sucesso”, pontua.

Dorian também comentou sobre a imprevisibilidade das condições em Teahupo’o, algo que pode afetar significativamente o desempenho dos atletas. Com as Olimpíadas se aproximando e a janela de espera para o evento começando em 27 de julho, o treinador está focado em preparar os surfistas norte-americanos para todas as condições possíveis.

+ Olimpíadas se aproximam com previsão de ondas gigantes em Teahupoo

“Se tivermos o clássico Teahupo’o de 10 pés espelhado, você verá as mesmas pessoas que se saíram muito bem na recente etapa da WSL como as mais difíceis a serem batidas nas Olimpíadas. Mas você realmente não pode esperar nada — pode estar de dois a três pés e maral para sua bateria ou pode ser de 10 a 12 pés e liso, e qualquer coisa entre os dois”, comenta. “E assim, a cada dia, a cada condição, diferentes pessoas vão se destacar. As pessoas que têm o maior repertório e se sentem confortáveis em qualquer tamanho de onda e condição serão as mais difíceis de vencer. E os locais! Vahine Fierro e Kauli Vaast poderiam facilmente ganhar o ouro. Eles são destemidos e conhecem a bancada muito bem”, completa.

Com a experiência e a liderança de Shane Dorian, a equipe de surf dos Estados Unidos chega ainda mais forte para enfrentar os desafios de Teahupo’o nas buscas por medalhas olímpicas.

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