“Tão grande quanto pode ficar“, diz a chamada para o vídeo no canal Kyron Rathbone do YouTube.
Mais que enorme, o que as imagens mostram é um Shipstern Bluff insano, ainda mais fora de controle do que o normal. Isso num pico que é famoso por sua anormalidade. Fato é que, nesse dia, a temida onda localizada no sul da Tasmânia por muito pouco não tira a vida do local Mikey Brennan.
Após tomar uma vaca grotesca na maior morra do dia, o surfista australiano de 38 anos bateu a cabeça contra uma pedra submersa e apagou. “Espantoso que eu ainda esteja vivo“, disse ele ao site australiano The Mercury, em matéria que chegou a ser reproduzida no tradicional jornal The Guardian da Inglaterra . No vídeo é possível ver a onda de Mikey, ainda que um pouco fora de foco. A cena tem início logo após o minuto 1 e o vídeo maker explicou que teve problemas técnicos com seu equipamento ao começar as filmagens. De um jeito ou de outro, é assustadora.
A cabulosa sessão aconteceu na sexta-feira passada, dia 20 de setembro, e participaram, além de Brennan, Tyler Hollmer-Cross, Kipp Caddy, Noah Hassett e George Vanderkelen. Todos já conhecedores dos perigos que o pico oferece e como tentar contorná-los, especialmente os traiçoeiros degraus que se formam na face da onda bem no momento em que ela atinge o ponto mais crítico da bancada.
Shipstern Bluff é uma onda remota que só pode ser acessada por motos aquáticas ou barcos, cobrindo uma distância de 30 km de mar, ou por uma exigente caminhada de duas horas por morros e florestas. Não tem estrada e qualquer necessidade de socorro numa emergência tem que ser resolvida pelos presentes no pico. Os locais criaram um grupo com essa finalidade, mas aparentemente ninguém estava a postos nesse dia e Brennan se salvou por pura sorte.
Como ele contou em depoimento à revista Tracks, foi o momento mais extremo que ele já enfrentou: “Eu sabia que havia algumas ondas super grandes lá fora. Eu já tinha tentado uma enorme, do qual acabei desistindo e saindo por trás, porque parecia bem duvidosa, e em condições como essas tento surfar com bastante precaução. Consegui surfar uma pequena depois disso e então fui chicoteado naquela onda enorme onde passei por cima do degrau. Depois disso não me lembro de muita coisa, mas fiquei inconsciente por cerca de cinco minutos, acho que bati na bancada porque tinha marcas na cabeça e nos ombros. Quando acordei, não me lembrava quem eram os meus parceiros e estava um pouco confuso, mas depois de mais alguns minutos me recuperei. Fui para casa mais tarde naquele dia e me senti muito mal, então fui ao hospital na sexta à noite. Só tive dor de cabeça e uma concussão, então tive muita sorte”.
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