Conheça Leon Glatzer, o surfista olímpico da Alemanha

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Foto de abre: Reprodução / Billy Watts

Leon Glatzer. Já ouviu falar nele? Leon é o herói do surf alemão, que participará dos Jogos Olímpicos em Tóquio em 2021, após um desempenho estelar nos ISA World Surfing Games realizado em El Salvador.

O jovem de 24 anos, cuja família é alemã, nasceu no Havaí antes de se mudar para a Califórnia e tinha como meta se classificar para as Olimpíadas há quatro anos, quando foi anunciado pela primeira vez que o surf finalmente faria parte dos jogos. Muito de seu sucesso se deve a estar em um ‘lugar feliz’ psicológico, que, para ele, era uma sala branca cheia de objetivos escritos no papel.

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“Depois que me classifiquei, comecei a vomitar muito,” disse Leon Glatzer. “Eu estava vomitava, chorava, me sentia tão estranho. Não tinha energia para ficar animado. Foi a culminação de tudo o que finalmente precisava sair,” relatou o surfista a respeito do momento da classificação.

“É surreal, trabalhei tanto, trabalhamos tanto com o time alemão, demos 110% de nós todos os dias. Cada dia acordando às 5h da manhã. Foi uma montanha russa de emoções, nem consegui dormir direito. Terei minha primeira noite de sono hoje,” nos conta Leon Glatzer no vídeo abaixo, divulgado pela ISA.

Assista:

Da Califórnia para Pavones 

Apesar de passar alguns anos na Califórnia, foi a Costa Rica que abriu as portas para a jornada de Leon no surf.

“Meu pai foi para a Califórnia trabalhar e ganhar dinheiro para nós,” disse Leon em entrevista ao Magic Sea Weed. “Mas minha mãe era modelo e tinha viajado o mundo. Ela queria encontrar um lugar onde não houvesse ninguém e queria surfar.”

“Então, fomos para a Costa Rica. Isso foi quando eu tinha dois anos. Alguém me deu uma prancha com o bico quebrado e eu simplesmente me apaixonei pelo surf. Então, mais tarde, para cada evento do ISA, integrei a equipe alemã.”

Ele morava em Pavones, no extremo sul da Costa Rica, que abriga o melhor pointbreak de esquerdas do país. É o mais remoto possível, e um paraíso para surfistas. Mas ele precisava ir para a escola. Então, infelizmente para Glatzer, ele teve de se afastar do seu amado Shangri-la do surf e se mudar para a cidade para estudar. Felizmente para ele, porém, isso não durou muito.

Da sala de aula para a escola das ondas

“Eu estava perdendo meu talento,” disse ele a Dashel Pierson do Surfline. “Eu ia para a escola com revistas de surf, assistia a filmes de surf e tudo mais. E então, quando eu tinha 13 anos, nunca esquecerei este dia. Minha mãe entrou na sala de aula e disse: ‘estamos indo para Pavones’. Pulei da cadeira e corri para fora da sala. [Risos] Nossas vidas inteiras foram embaladas no carro, e havia apenas uma pequena vaga para mim. Foi aí que o surf realmente começou para mim. Eu estava com tanta fome.”

E sua especialidade, que ele exibiu em quase todas as baterias do ISA Games de El Salvador, sempre esteve nos aéreos. Mesmo desde jovem, era tudo o que ele queria fazer – tanto que “desperdiçaria” ondas longas em Pavones apenas para uma tentativa aérea.

Leon Glatzer
Leon Glatzer, em dia com o game dos aéreos. Foto: Sean Evans / ISA

“Estar nos ares sempre foi minha praia,” disse ele. “Todo mundo me importunava porque eu desperdiçava uma onda de um quilômetro por um aéreo. E eu faria isso de backside também. Eu estava com medo de pousar de frontside. Mas minha mãe acreditou em mim. Ela sempre disse que eu ia conseguir um. Então, eu finalmente fiz. A partir daí, soltei um clipe com alguns aéreos e, depois disso, quatro contratos de patrocínio entraram. Eu tive de escolher. E decidi ir com a Volcom.”

Quando surgiu a oportunidade olímpica, sua vida no surf deu uma guinada de 180 graus. Mas, e com relação às ondas no Japão, que são opostos opostos ao que ele costumava fazer em Pavones, como ele se sente?

“Eu sou muito alto e magro, então ondas pequenas geralmente não vão a meu favor,” disse ele. “Mas tenho treinado muito. Após três anos de treinamento, me tornei um surfista versátil. Antes, eu era apenas o cara do aéreo e sempre na esquerda. Meu treinador me fez voltar para o backside por uns três meses. Eu cansei tanto, mas ajudou muito. Agora eu adoro surfar de backside. Ele não me deixou fazer aéreos. Se eu fizesse um, ele me faria fazer 100 burpees. [Risos].”

Neste curta abaixo, você tem 7 minutos com Leon Glatzer durante a temporada de inverno em Portugal 2020. Além de surf, o vídeo nos transmite uma visão pessoal da sua vida durante o bloqueio da pandemia. Assista:

Vídeo dirigido por Louis Amon Josek / Sound Design by Studio 255

Assista a mais vídeos de Leon aqui.

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