Foto: Guto Kurten
O soldado da PM autor dos três disparos que atingiu o surfista Ricardo dos Santos na última segunda-feira (confira aqui a reportagem) alegou que agiu em legítima defesa e apresentou uma outra versão para o ocorrido.
Policias que faziam a escolta da sala onde o PM está preso, relataram que o soldado afirmou ter atirado para se defender e que o episódio aconteceu por causa de uma discussão banal de trânsito.
O irmão menor de idade do o autor dos disparos afirmou que o surfista e outro homem teriam partido para cima dele com um facão por conta do lugar onde o carro estava parado.
Após ter tomado o depoimento de cinco pessoas, o delegado da Delegacia de Polícia de Palhoça, Marcelo Arruda, trabalha com duas versões.
“São duas versões conflitantes até o momento. Uma alega que agiu em legitima defesa por ter sido ameaçado antes, e a outra parte afirma que não houve discussão nem agressões que justificassem os disparos”, disse Arruda.
O tio do surfista, Mauro da Silva, foi um dos escutados pela polícia e afirmou que os disparos foram injustificados e pelas costas do surfista.
“Uma situação surreal. O cara sacou a arma e atirou. Não teve de fato uma discussão para atirar. Só pedimos para os "caras" saírem, o Ricardo olhou e falou duas coisas e saímos. Ele (suspeito) estava alterado, não conseguia falar muito. O irmão dele falou ‘a gente já vai sair, já vamos’. O Ricardinho nem olhou para o ‘cara’, ele atirou pelas costas, sem motivo algum – conta Mauro da Silva.
O estado de saúde de Ricardo dos Santos se agravou na madrugada de segunda para terça-feira. Uma nova hemorragia obrigou o surfista a passar por mais uma cirurgia na manhã desta terça (confira aqui a reportagem).