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Você levaria sua filha surfar em Shipstern Bluff, uma das ondas mais perigosas do mundo?

Dylan Longbottom e sua filha Summa tem desafiado os limites do surf em slabs na Austrália. Aos 50 anos, Dylan não apenas mantém o entusiasmo – e a técnica – de um jovem surfista, mas também compartilha essa paixão com sua filha de 21 anos em alguns dos picos mais temidos do mundo, como Shipstern Bluff, na Tasmânia.

Conhecido por fabricar pranchas para alguns dos maiores nomes do surf mundial em sua loja em Cronulla, a Dylan Surfboards, Longbottom coleciona experiência nos picos mais casca grossas de surf pelo mundo. Ele ainda surfa com a energia de um adolescente, como evidenciado pela sua performance durante o lendária swell Code Red em Teahupo’o em 2011.

Criada nesse contexto, desde jovem, Summa acompanha seu pai nas aventuras pelo mundo do surf. Aos 13 anos, ela já estava rebocando ondas de 15 pés em Nazaré, demonstrando uma coragem e habilidade que impressionavam até os mais experientes. Agora, ela enfrenta desafios cada vez mais pesados, lado a lado com seu pai, que, muitas vezes, deixa de lado o espírito protetor para incentivá-la nas ondas mais perigosas do mundo.

Durante uma viagem ao deserto do sul da Austrália em 2023, Summa estava na praia quando seu pai se acidentou ao colidir com o recife enquanto surfava uma laje extremamente desafiadora, em um dia de mar de grande.

Na ocasião, ele quebrou quatro costelas e teve um pulmão parcialmente colapsado. Por precaução, Summa decidiu não surfar naquele dia. No entanto, na manhã seguinte, quando as condições do mar abaixaram um pouco, ela aproveitou a oportunidade para surfar pela primeira vez sem a presença de seu pai em condições desafiadoras.

“Foi a primeira vez que eu não tinha controle porque não estava lá com ela. E ela mandou muito bem. Ela pegou três bombas. Foi sinistro para mim só de assistir.”

Desde então, Summa evoluiu e se viu ainda mais instigada a buscar os slabs cada vez mais pesados. Ela não apenas enfrenta Shipstern Bluff de backside, uma habilidade que poucos dominam devido à complexidade e risco envolvidos, como também aspira evoluir em outros picos igualmente sinistros, como Teahupo’o, no Taiti.

Com apenas 21 anos, Summa demonstra uma habilidade excepcional para surfar ondas de consequência, além de, claro, se beneficiar dos ensinamentos de seu experiente pai.

Laura Enever, uma das apoiadoras mais fervorosas de Summa, destaca não apenas sua destreza técnica, mas também sua abordagem serena diante de condições extremas. “Summa é muito tranquila,” diz Laura. “Ela é descontraída, mas adora um desafio. É realmente incrível vê-la evoluir e enfrentar esses desafios.”

Sua jornada inclui anualmente viagens à Tasmania com seu pai, com destaque para a épica sessão em Shipstern no ano passado, onde enfrentou uma das ondas mais desafiadoras de sua vida.

Até aquela viagem, ela nunca tinha levado uma vaca no pico. Summa esperou seu momento antes de pegar uma onda, mas acabou perdendo o controle em outra, sendo pega pela onda e sugada para dentro.

“Mesmo os caras realmente bons com experiência estavam sendo esmagados,” lembrou Summa. “Eu pensei: ‘Caramba, não sei se consigo enfrentar esse dia’. Mas no barco eu pensava que se não pegasse mais uma onda, ficaria arrasada.”

Após recuperar o fôlego, seu pai a colocou em mais uma onda. Summa caiu novamente, só que dessa vez levou uma pancada no rosto da própria prancha, fraturando o osso da bochecha.

Cinco dias após o swell em Shipstern Bluff, Summa estava enfrentando a laje de Cape Solander com um olho roxo e um crânio ainda não completamente curado.

Dylan e Summa representam mais do que uma simples parceria de surf. Eles simbolizam a união familiar fortalecida pelo amor ao mar e pela busca de desafios extremos. É uma oportunidade única para Dylan compartilhar e Summa aprender décadas de conhecimento acumulado em algumas das arenas mais extremas do surf.

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“Às vezes nem percebo o quão especial é o que fazemos, apenas seguimos naturalmente”, reflete Summa. “Mas quando as pessoas comentam sobre nossa equipe pai-filha, percebo o quão único é isso. E é realmente especial”.

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