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Maldivas anuncia banimento que afeta surfistas israelenses

O governo das Maldivas anunciou que implementará uma proibição à entrada de turistas israelenses no arquipélago do Oceano Índico. Esta decisão ocorre em um momento de crescente indignação pública na nação predominantemente muçulmana devido ao conflito em Gaza, com o presidente Mohamed Muizzu resolvendo impor a medida como uma forma de solidariedade aos palestinos e em protesto contra as ações de Israel. Entre os afetados pela medida estão os surfistas de Israel que costumam viajar às Maldivas em busca das ondas perfeitas do arquipélago, um destino bem próximo para eles.

As Maldivas, conhecidas por suas praias de areia branca, ondas perfeitas e resorts de luxo, têm sido um destino popular para turistas israelenses. Dados oficiais revelam que aproximadamente 11.000 israelenses visitaram as Maldivas no ano passado, representando 0,6% do total de chegadas de turistas. No entanto, o número de visitantes israelenses caiu drasticamente para 528 nos primeiros quatro meses deste ano, uma queda de 88% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Um porta-voz do presidente Muizzu afirmou em um comunicado oficial que o governo decidiu “impor uma proibição aos passaportes israelenses”, sem fornecer detalhes específicos sobre quando a nova lei entrará em vigor. A decisão foi apoiada por uma campanha nacional de arrecadação de fundos intitulada “Maldivas em Solidariedade com a Palestina”, lançada pelo próprio presidente Muizzu.

A pressão política interna também desempenhou um papel crucial na tomada de decisão, com partidos de oposição e aliados do governo instando Muizzu a adotar medidas mais firmes como forma de protesto contra a guerra em Gaza. Desde o início do conflito em 7 de outubro, o número alarmante de vítimas palestinas, com mais de 36.439 mortos e 82.627 feridos, intensificou ainda mais os sentimentos de indignação nas Maldivas.

Em outubro do ano passado, a Associação de Bodyboarding das Maldivas também se manifestou em prol da Palestina. Em comunicado, a entidade pediu que o governo estabelecesse essa proibição, citando inclusive o comportamento desrespeitoso dos surfistas israelenses na água. Confira abaixo:

“A Associação de Bodyboarding das Maldivas e a comunidade de surf condenam fortemente e exigem o fim das ações consideradas desumanas e injustas perpetradas por Israel contra os palestinos.

Surfistas israelenses que visitam as Maldivas têm demonstrado uma preocupante falta de respeito em relação aos surfistas locais e visitantes no pico, comprometendo a segurança dos residentes através de agressões verbais e físicas. É essencial enfatizar que os israelenses se envolvem discretamente no setor de turismo em vários níveis. Instamos os gerentes de resorts, pousadas, operadores de safári e agências de viagens responsáveis a cortar seus laços com esses indivíduos.

Solicitamos ao governo maldivo que imponha uma restrição de entrada aos cidadãos israelenses. Além disso, instamos o governo a persistir em seus esforços para acabar com as ações consideradas desumanas por Israel, expressando solidariedade com os palestinos. Faz-se um apelo ao governo das Maldivas para fornecer apoio, na medida do possível, à população palestina.

Em um gesto de solidariedade, também estendemos um apelo à comunidade muçulmana para se unir contra as ações consideradas desumanas por Israel e apoiar os palestinos de todas as formas possíveis.”

As relações entre as Maldivas e Israel tiveram altos e baixos ao longo dos anos. Embora as Maldivas tenham levantado uma proibição anterior aos turistas israelenses no início dos anos 1990 e tentado restaurar relações em 2010, essas tentativas foram frustradas após a derrubada do presidente Mohamed Nasheed em fevereiro de 2012. Desde então, as políticas em relação à entrada de turistas israelenses nas Maldivas têm sido inconsistentes e sujeitas a mudanças, refletindo as tensões políticas e diplomáticas entre as duas nações.

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O banimento dos israelenses nas Maldivas segue uma tendência observada em outros países muçulmanos, onde portadores de passaportes israelenses também enfrentam restrições de entrada. “Para os cidadãos israelenses que permanecem no país, é recomendável considerar a possibilidade de sair, pois se ficarem em perigo por qualquer motivo, será difícil para nós ajudar”, informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.

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