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HARDCORE 327 • ABRIL/17

 

 

Na HARDCORE de abril, continuamos na busca por ondas solitárias. Desta vez, Eric de Souza, Ian Cosenza e o fotógrafo Diogo D’Orey se arriscaram em um “Pacto com o Desconhecido”. A recompensa: tubos gelados no Atlântico, como este de Eric, que estampa a capa.

Bruno Santos partiu com o The Search para o Pacífico, acompanhado pelo chileno Guillermo Satt e guiado pelo experiente fotógrafo Ted Grambeau. O trio foi recebido por um swell de 12 pés, que tomou uma laje intocada e quase mortal, mas foi domada pelo exímio tube rider carioca.

Além disso, conversamos com Phil Rajzman, da temporada havaiana ao início do Longboard Tour na Papua Nova Guiné. No perfil “Injeção de Motivação”, o carioca revela como precisou “reaprender a surfar” para conquistar seu bicampeonato mundial, e como a celebração já deu lugar ao foco pelo tri.

Na seção 10 Perguntas, Caio Ibelli abre o jogo sobre o aprendizado do seu ano de estreia no Tour, no qual ganhou o título de Rookie of the Year – macetes assimilados e comprovados com sua primeira final no Tour, com performances impressionantes no Rip Curl Pro Bells Beach.

No Brasil, Henrique Pinguim estava a postos para fotografar dias clássicos em Fernando de Noronha. Neste Shots especial, destaques para Franklin Serpa, Dunga Neto, Patrick Tamberg, Dudu Souza e, claro, a mítica Cacimba do Padre.

Na edição, ainda tem as colunas de Chloé Calmon, sobre as sensações durante seu primeiro título na elite do longboard, de Marina Werneck, a respeito do espaço relegado as mulheres no surf competitivo, e de Steven Allain, que enaltece os sentimentos peculiares de surfar.

No Journal, tem uma homenagem a Lucas Zuch, do Surfari; o início de uma odisseia global de pesquisa, alerta e ação ante a ameaça catastrófica imposta pelos plásticos nos oceanos; Prancha Mágica com Eric de Souza e Ian Cosenza; e mais uma seleção especial de equipos.

E mais!

HARDCORE de abril! Compre nas bancas ou assine aqui!

 

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Pacto com o Desconhecido
texto e fotos por Diogo D’Orey

A nossa intenção aqui não é destruir mais um paraíso, mas sim contar uma estória sobre como fomos tratados por meia dúzia de locais numa ilhazinha no meio do mar, como se fôssemos velhos conhecidos voltando para casa.

Tudo começou em Portugal, quando eu, Eric de Souza e Ian Cosenza nos unimos à procura de tubos e ondas novas.

[…] Esperando o momento certo. Vimos que uma grande bomba meteorológica apareceu no Hemisfério Norte, e que seria perfeito ficar estrategicamente em Portugal, principalmente se a previsão não indicasse ventos marais de 30 km/h. E a equação aconteceu. Havia chegado a hora de ir em busca da nossa felicidade. Trinta horas depois, aterrissávamos nessa pequena ilha. […]

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Injeção de Motivação
por Kevin Damasio, fotos de Henrique Pinguim e Paul Cohen

Em 1997, Phil tinha apenas 15 anos quando pisou em solo havaiano pela primeira vez, conduzido por seu mentor Rico de Souza. Respeitou os locais, ganhou espaço nos lineups havaianos e hoje se sente em casa para treinar na terra em que Duke Kahanamoku deslizava com seus pranchões de madeira, no início do século 20. “Os havaianos têm uma cultura do longboard muito forte”, observa Phil. “Lógico, a pranchinha também, mas o longboard se mantém com bastante tradição, especialmente no sul da ilha”.

[…] “Tenho surfado vários secrets pertinho de casa. Lógico, sempre de olho em Pipeline, Backdoor, Off-The-Wall – essa região é a que mais gosto, junto a Makaha. Mas tenho procurado esses picos do East Side para fazer um treinamento, um freesurf, porque esse ano vamos ter um circuito mundial de longboard. Já estou focado no tri mundial”.

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Cavalo de Ferro
fotos de Ted Grambeau

“Nós estamos no meio do Pacífico, em uma rocha vulcânica, sendo surrados por swells pesados. Nós estamos o mais remoto que se pode estar”. Quem fala é o fotógrafo australiano Ted Grambeau. Se você o conhece, então vai conseguir escutar o som de sua voz profunda, áspera e vagamente errática; o volume aumenta a cada sílaba, a entrega diminui a cada palavra, arrastando-se por cada frase até você praticamente sentir o isolamento deles.

[…] “Não podemos simplesmente levar qualquer um”, ele disse. “Esse lugar… o surf… não é para quem não tem coragem. Se vamos, nós iremos buscar das ondas mais hardcore que se pode encontrar. É remoto, é perigoso e estaremos no limite”.

Dois homens no leque de atletas da Rip Curl se enquadravam para o trabalho: Bruno Santos, carioca, 34 anos, e Guillermo Satt, chileno, 24. Os dois se conhecem há uma década não apenas como colegas de equipe, mas também parceiros de viagem, tendo passado meses juntos atrás de swells pesados pela América do Sul e regiões distantes. […]

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10 Perguntas: Caio Ibelli
por Steven Allain

[…] O que mais te surpreendeu no Tour? É óbvio que você competiu e se preparou a vida inteira para chegar lá, mas o que aconteceu fora do script programado?

Acho que no Tour tem muito mais macete do que eu pensava. Uma coisa que não imaginava é que os caras que estão competindo há mais tempo têm mais a manha, mais malícia. Por exemplo, em Snapper, você nunca pode ir na primeira onda da série. Em Bells, também não. Então cada lugar tem um macetezinho. Eu mesmo demorei muito tempo para perceber essa simples questão. Demorou para alguém chegar e falar: “Meu, não vai na primeira onda dessa série”. São coisas pequenas, mas muito relevantes. Os caras que estão no Tour há muito tempo nem fazem freesurf, os caras não ficam na água por cinco horas. No meu caso, chego num lugar e fico tão instigado que quero ficar dez horas dentro d’água. Daí, aprendi que acabo ficando cansado no primeiro dia. […]

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Fotos de Henrique Pinguim; surfistas: Franklin Serpa, Dunga Neto, Patrick Tamberg e Dudu Souza, na Cacimba do Padre.

 

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