O bicampeão mundial Roberto Pino não poderá competir na edição de 2024 do Mundial de Parasurf, organizado pela International Surfing Association (ISA). O evento, que acontecerá em novembro, em Huntington Beach, Califórnia (EUA), será realizado sem a participação do brasileiro, que buscava o tricampeonato.
A ausência de Pino, considerado o melhor surfista do mundo com nanismo, se deve a uma mudança nas regras da competição, que afeta diretamente sua categoria. Até o ano passado, ele competia em uma divisão voltada a surfistas que pegam ondas de pé, incluindo aqueles com amputação de membro superior, deficiência congênita ou baixa estatura. No entanto, com a nova regulamentação, a categoria será restrita a atletas que surfam em pé e enfrentam dificuldades na parte superior do corpo.
O canal do Instagram AOS Mídia entrou em contato com a ISA para entender as razões por trás das alterações. A organização explicou que, nas edições anteriores, houve experiências com duas categorias distintas para aumentar a representatividade dos atletas. No entanto, concluiu-se que não havia condições de igualdade entre todos os competidores.
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A Dra. Maureen Johnson, diretora de classificação do Mundial de Parasurf, esclareceu que, no momento, não é viável criar uma categoria exclusiva para atletas com baixa estatura, como Pino, devido ao número reduzido de competidores com essa deficiência.
“Nos últimos sete anos, apenas quatro atletas com nanismo competiram nesse nível. Quando houver mais atletas internacionais nesta condição, iremos considerar a inclusão de uma nova categoria”, explicou Johnson.
Mesmo diante do contratempo, Roberto Pino pretende continuar sua luta pela inclusão. O atleta declarou que pretende conversar com outros surfistas com nanismo ao redor do mundo para fortalecer a categoria e buscar sua inclusão oficial em 2025.
“O importante agora é unir forças e mostrar que temos condições de competir em alto nível”, afirmou o paraatleta.
Pino tem uma trajetória impressionante no parasurf: duas medalhas de ouro e uma de prata. Na última edição do Mundial, ele fez história ao conquistar um placar perfeito de 20 pontos, somando duas notas 10 na mesma bateria.
A ausência de um atleta do calibre de Roberto Pino traz um impacto significativo ao campeonato. Além de ser um dos mais talentosos e premiados surfistas do parasurf, ele também é um exemplo de superação e inspiração para outros atletas com deficiência. A expectativa é que sua mobilização em busca de maior inclusão traga novos desdobramentos para a modalidade nos próximos anos.
