Depois de quatro dias consecutivos de lay day, o Pipe Masters foi retomado nesta quarta-feira, 16, com as baterias do Round 3 em sólidas condições de surf, com ondas de 8 a 10 pés de face.
Além de algumas ondas realmente impressionantes, foi um dia polêmico para a comunidade do surf – principalmente a brasileira – que viu um de seus concorrentes ao título, Filipe Toledo, se despedir do evento em bateria polêmica contra o havaiano Mason Ho.
De maneira resumida, tudo começou com um (underscored; segundo muitos) 4,67 de Filipinho; seguido por um (valorizado; também opinião de muitos) 5 de Ho; culminou no 2 de Filipinho e na onda não completada – 1,93 – de Ho. Essas duas últimas notas também foram polêmicas e geraram críticas na grande rede.
Instantes após o término da bateria, uma enxurrada de manifestações varreu as redes sociais: brasileiros e gringos, indignados com o resultado, não pouparam adjetivos ao juglamento da WSL – criando hashtags como “worldshameleague”.
Ricardo Toledo, pai de Filipe, desabafou: “Todo mundo viu que ele foi roubado”, disse no pós-bateria. Outros, no entanto, admitiram que Filipinho talvez tenha ficado muito tempo à espera da primeira onda – e que ter surfado “mais” poderia ter ajudado.
Para a revista australiana Stab, por exemplo, Filipe Toledo se comportou como um verdadeiro gentleman na entrevista pós-bateria – neste print do Instagram (abaixo), a Stab diz que não foi “um final de conto de fadas, mas ‘Fil’ saiu de cabeça erguida. Em sua entrevista no pós bateria, se comportou como um verdadeiro gentleman“.

ALTAS E BAIXAS
A outra baixa foi o australiano Julian Wilson: bastava que Mick avançasse para o Round 4 para que o australiano se despedisse da corrida pelo título.
Gabriel Medina, o primeiro brasileiro a cair n’água, enfrentou o sul-africano Jordy Smith pela primeira bateria do dia. Muito à vontade dentro d’água, o atual campeão mundial se manteve em atividade durante todo confronto e dominou a bateria do início ao fim. Sacou duas boas ondas pra esquerda – 7,67 e 8,17 – contra 2,83 e 1,67 do sul-africano, que saiu d’água em “combo”.
Na sequência, o havaiano Keanu Asing enfrentou o australiano Bede Durbidge em uma bateria com final trágico: Bede tinha apenas um 0,17 contabilizado quando sofreu um wipeout feio na hora do drop; precisou ser resgatado pelo jet ski e saiu de maca da praia.
Adriano de Souza, o último a cair n’água contra Glenn Hall, avançou com facilidade – 4,43 e 5,43 – em duas ondas medianas. Hall despede-se com 2,83 e 1,87.
Ítalo Ferreira foi o segundo brasileiro a cair n’água, na terceira bateria, contra o norte-americano CJ Hobgood, que compete em seu último evento como surfista profissional. O brasileiro rookie do ano não encontrou as ondas contra CJ: mesmo com prioridade, ficou boa parte do tempo sem pegar nenhuma onda, somou apenas 3,17 e 0,90 – contra 5,17 e 1,17 de CJ – e cai para a repescagem.
Pela quarta bateria, Kelly Slater deu show à parte com um tubasso deep para Backdoor – 9,50 – para despachar o taitiano Michel Bourez com 13,43 contra 7 de Bourez.
No quinto confronto, o atual primeiro do ranking do WT Mick Fanning não deu mole para o local Jamie O’Brien. O havaiano esperou demais e assistiu à vitória de Fanning no quintal de casa pelo placar de 12,14 contra 2,70; e saiu do mar em “combo”.
John John Florence mostrou por que é um dos melhores em Pipeline. Pegou as duas melhores do dia – 9,33 e 9,93 – para deixar Taj Burrow em “combo” com 0,83 e 1. Também avançaram para a quarta fase Joel Parkinson, Jeremy Flores e Adam Melling.
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