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DEZ PERGUNTAS: KAEO DECHAPE

 


Kaeo sorrindo à toa. Você também estaria se fosse o administrador de Tavarua. Foto: Rafael Calsinski

Por Steven Allain

Como você foi, de barqueiro, virar administrador geral?
Estava no lugar certo na hora certa. Sou da família de um dos diretores, então desde cedo eu fazia de tudo por aqui. Aos poucos, isso foi progredindo, tive a oportunidade de trabalhar voluntariamente com a equipe de salva-vidas. Os diretores fi caram mais velhos, tiveram filhos, então surgiu uma janela na área administrativa e eu levantei a mão. Me dediquei e fi z acontecer. Isso começou há mais ou menos 10 anos e sou administrador há sete.

Quem são os fundadores do camping?
Os fundadores originais do surfcamp foram Dave Clark e Scott Funk. Depois, John Roseman e Rick Isabel, que é da minha família, se envolveram, primeiramente como salva-vidas e, aos poucos, foram se tornando sócios, mais ou menos 10 anos depois de o resort começar a operar, em 1983.

O que você faz no dia a dia do trabalho?
Acho que acabo usando diversos chapéus. Cada dia é uma história diferente. De administrar a equipe às logísticas da ilha, cuidar do autoabastecimento de água e energia e de todos os outros sistemas da ilha.
Eu trabalho com todos os diferentes departamentos da nossa equipe, mantendo tudo funcionando bem.
Também passo bastante tempo no escritório lidando com reservas, e-mails e toda essa parte divertida
(risos). E, de vez em quando, posso surfar. De vez em quando não, digamos que é quase todo dia.

A energia da ilha é garantida por geradores. Mas como trazem água para cá?
Nós basicamente dependemos da chuva. Temos tanques de coleta em cada bangalô – a fundação de cada um tem quatro metros de profundidade, portanto, temos bastante espaço para armazenamento.

Quando vocês começaram, em 1983, claro que não era assim. Quando foi construída toda a estrutura que vemos hoje?
Foi tudo feito em etapas. Os novos tanques que temos foram reconstruídos um por vez durante os últimos 15 anos. Derrubávamos um e construíamos um novo no lugar. Antes acabava no 11º. Agora, adicionamos até o 15º.

Vamos à parte divertida. Você fica aqui durante todo o ano? Como é a sua vida?
Faço turnos de quatro meses. Durante este tempo fico aqui 24 horas por dia, sem contar uma ou outra viagem para a cidade a negócios. Sou do Hawaii e agora moro na Califórnia, mas durante meu tempo fora da ilha ainda trabalho para Tavarua, fazendo marketing e relações públicas, esse tipo de coisa. Portanto, é um trabalho em tempo integral, apesar de eu só estar aqui durante a metade do ano.

Você já deve ter feito sessões incríveis. Tem alguma que se destaca? Um dia que estava mais perfeito que os outros, que você se lembre?
Acho que quando eu era mais novo e mais atirado. Agora já tive algumas lesões, então me tornei mais experiente e diminuí o ritmo um pouco. Mas, ao longo dos anos, tive sessões incríveis. Provavelmente a que se destacou foi em abril de 2006. Tivemos um swell gigante, de 30 pés, com condições perfeitas. Shane Dorian estava aqui, Reef McIntosh também, além de muitos outros caras. Foi um dia incrível de tow in e remada em condições perfeitas e ondas gigantes. Parecido com o swell de julho deste ano. Mas aquele foi um pouco maior e melhor.


Kaeo no maior swell que já testemunhou em Cloudbreak, 2006. Foto: Arquivo pessoal

Qual foi o melhor surfista que você já viu aqui, que te surpreendeu mais?
Shane Dorian, ele conhece a onda. Passou um bom tempo aqui – longe de ser a vida inteira, mas conhece a onda perfeitamente. Como todo mundo sabe, ele é louco, mas aqui ele consegue ler a onda mais estranha. Pode parecer que vai fechar, mas ele dropa mesmo assim e a completa toda vez. O cara é um maníaco. Para qualquer surfista, parece que você tem a vida dos sonhos.

Tem algum lado ruim em viver aqui?

Na verdade, não. Tenho muita sorte de estar aqui. O lugar é incrível, a equipe também, todos são pessoas muito boas e somos muito bem cuidados. Para mim, o único lado ruim é ficar mais tempo preso no escritório e querer estar na água. Mas, no final, comparando o lado bom com o ruim, é tudo ótimo mesmo.

Parece uma pergunta óbvia, mas qual é a melhor parte de ser o administrador geral do resort de Tavarua?
Sabe, na verdade é difícil destacar uma coisa especificamente, acho que é a combinação. O surf é incrível, mas realmente curto ficar aqui com toda a equipe. O surf vai e vem, obviamente isso é importante, mas a minha paixão é estar aqui envolvido com os vilarejos, com a equipe e com o funcionamento do resort. Realmente gosto disso. Acho que é a melhor coisa.

*A entrevista com Kaeo Dechape foi originalmente publicada na sessão "10 Perguntas" da HC 266, novembro de 2011.

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