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Pedro Barros RTMF

 

Por Rafael Thomé

Em pé no topo da minirrampa, tênis preto, meias pretas alçadas até os joelhos, bermuda preta e camiseta preta do Joy Division, Pedro Barros torce o maxilar, põe o lábio entre os dentes, olha pro pai e, só depois, bota pra baixo.

O prodígio do skate mundial é surfista. Campeão em diversas etapas e diferentes modalidades, Pedro Barros é o maior expoente da “família” Rio Tavares Mother Fuckers (RTMF), um coletivo de Florianópolis, formado por surfistas, skatistas, fotógrafos, videomakers, músicos e empresários do ramo. “Veio todo mundo de fora, 20 anos atrás, com a desculpa de estudar na (universidade) Federal, mas, na real, era para surfar. Aí, aos poucos, começou a vir mais uma galera, todos de diferentes cantos do Brasil”, conta André Barros, pai de Pedro.

A pista, montada próximo ao palco “Hip Hop” do festival Planeta Atlântida, recebe profissionais para voltas de exibição – onde Pedro dropa a parede com os joelhos bem juntos, dá passadas com muita velocidade e, como se estivesse surfando, abusa dos grinds e frontside airs –, e amadores que disputam o título do Planeta Skate Jam. “Lembro dos campeonatos amadores… Eram parecidos com os de hoje, mas era eu que estava no lugar do Léo Kakinho, assistindo meu filho”, comenta André ao perceber o nervosismo do amigo vendo o filho Vinicius, 13, conquistar a medalha de bronze. Ao escutar uma música do Snoop Dogg, o pai de Pedro demonstra incômodo: “Pô, andar de skate ao som de rap é ruim. O legal mesmo é rock.”

Zé Gonzales parece ter ouvido a reclamação de André (ou foi uma baita coincidência) e toca versões remixadas de “Another Brick in The Wall” (Pink Floyd), “Riders on The Storm” (The Doors), “Whole Lotta Love” (Led Zeppelin) e “Iron Man” (Black Sabbath). Delírio imediato da galera, inclusive de Pedro, que tem na lixa preta do skate o desenho de uma guitarra dourada.

“Rock é o que mais motiva o cara para andar de skate. Não o rock de hoje em dia, porque tá foda, o bom mesmo é Ramones, Dead Kennedys, TSOL, Raimundos, Joy Division, Black Sabbath, etc. Essas é que são verdadeiras mesmo”, crava Pedrinho.

O perfil de Pedro Barros continua na nossa edição de março.

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