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quinta-feira, 18 abril, 2024
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MINEIRO É CAMPEÃO

Por Luciano Burin Adriano de Souza fez história nesta sexta-feira na praia da Barra da Tijuca ao vencer o WT Rio e de quebra assumir a primeira colocação no ranking mundial, um feito inédito para um brasileiro. “Precisava vencer um grande evento aqui no Brasil para colocar meu nome entre os grandes surfistas do país. Sei que fiz história hoje aqui na Barra”, afirmou o campeão na coletiva de imprensa. Ao sair da água correndo e chorando muito após a conquista, ele foi direto abraçar o técnico “Pinga”, a quem agradeceu pelo apoio e orientação recebido desde que tinha apenas 10 anos. “O Pinga sempre me fez acreditar que este momento poderia chegar. Inclusive, ele me trouxe aqui nesta praia para ver a vitória do Peterson Rosa quando eu ainda era um moleque em 99”, lembrou o campeão, que repetiu o feito de Jadson André, em Imbituba, ano passado. As esquerdas de quase um metro e ondulação de leste entravam fechando em sua maioria, mas os tops do circuito conseguiam fazer o espetáculo com algumas boas manobras. O público foi crescendo ao longo do dia junto com a emoção de ver um brasileiro ganhando as suas baterias até a grande final contra Taj Burrow, que vinha passando com certa facilidade por todos os seus adversários. “Obviamente que quando você chega a uma final, você fica decepcionado em não vencer, mas foi um grande evento e estou muito feliz com o meu desempenho”, analisou Taj. Na bateria mais polêmica do dia, ainda nas quartas-de-final, Mineirinho saiu da água ainda sem saber do resultado de uma boa onda de Owen Wright, que poderia decretar a sua derrota. Já no palanque, ele vibrou junto com a galera quando os juízes não deram a nota que o australiano precisava. “Achei que não fui recompensado pelos aéreos que completei, então acho que vou voltar a dar floaters para agradar os juízes da próxima vez”, ironizou Owen, que nervoso quebrou a sua prancha ao receber a notícia da derrota. Dali pra frente, o palco estava armado e o também australiano Bede sucumbiu à força de Adriano, que, embalado pela torcida, acertava batidas e floaters com força, velocidade e precisão. “O julgamento vai ser sempre assim, às vezes a gente ganha outras a gente perde. Hoje foi o meu dia”, afirmou Mineiro sobre a polêmica dos julgamentos e o fato de ter batido na trave ao perder na final para Slater dois anos atrás, em Imbituba. “Aquela derrota foi uma escada para que eu chegasse até aqui”, afirmou ele, lembrando de toda a sua dedicação ao longo dos últimos dias. Mineiro sempre um dos primeiros surfistas a entrar na água para treinar. Os gringos ficaram atônitos ao ver a vibração do público, que, aos gritos de “é campeão!”, saudava Mineirinho. O maior surfista do Brasil na atualidade retribuiu levantando a bandeira do Brasil. Muito emocionado, ele ainda desceu até a areia e se jogou nos braços do público, perdendo óculos e boné, até conseguir ser retirado de lá pelos seguranças. “Certamente foi a torcida que me empurrou para essa vitória”, analisou Mineiro, sobre o fato do público gritar de alegria cada vez que Taj caía da onda durante a grande final. E foi sob os aplausos desta torcida que Adriano extravasou toda a sua emoção junto ao público, ao qual fez questão de se ajoelhar em agradecimento, durante a entega do troféu e do cheque de 100 mil dólares. Sem querer falar em título mundial ainda na terceira etapa do ano, Mineiro procurou ser humilde e enaltecer o nível de adversários como Jordy, Fanning, Parko, Taj e principalmente Slater: “O Kelly é o exemplo a ser seguido. É ele que me faz acordar todo dia cedo atrás dos meus objetivos e inclusive tenho uma foto dele na tela do meu computador”, revelou ele. Seja como for, o fato é que pelo menos até a próxima etapa em J-Bay, o nome de Adriano de Souza estará na frente de todos estes outros aqui citados na lista dos melhores surfistas profissionais do circuito mundial. Luciano Burin é autor do site Surf & Cult

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