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sexta-feira, 26 julho, 2024
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Agora É lei

Foi aprovada no Rio Grande do Sul uma lei que aumenta a distância entre as áreas de pesca e a orla das praias. Esta é uma das soluções encontradas para sanar o problema das mortes de surfistas em meio às redes. Mas será que é o suficiente? Por Lucas Franceschini No começo de novembro do ano passado, mais um jovem surfista morreu preso em meio às redes de pesca no sul do país. O gaúcho Thiago Rufatto foi o 49º surfista a falecer nessas condições no Brasil desde 1978. Estima-se que duas pessoas por ano morrem por culpa das redes no Rio Grande do Sul – detalhe que o estado é o único lugar do mundo onde esse tipo de morte é registrado. Depois do acidente, a HARDCORE investigou a situação das redes de pesca no sul e publicou uma matéria sobre o caso na edição de dezembro. A reportagem mostrava possíveis soluções que vinham sendo discutidas para o problema das mortes. Uma delas seria o projeto de lei do deputado Sandro Boka. O projeto 113/10 alteraria a distância das redes de 400 para 2.100 metros da praia. Mês passado, o governador do estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, sancionou a lei. Agora, todas as prefeituras das cidades banhadas pelo mar terão até o começo de março para demarcarem os 2.100 metros para a colocação das redes. A lei aprovada é mais uma conquista da comunidade do surf do Rio Grande do Sul e do Brasil. Mesmo assim, como disse Orlando Carvalho, presidente da Federação Gaúcha de Surf, a lei irá apenas amenizar o problema. Segundo o presidente, foi feito um levantamento técnico pelo Centro de Estudos Oceânicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que concluiu que a correnteza lateral do mar pode chegar à velocidade de um metro por segundo. Com esse dado, foi calculado que uma pessoa dentro d’água percorre 600 metros em até 10 minutos. “Mesmo com demarcação e sinalização, o surfista irá inevitavelmente entrar na área de pesca contra sua vontade.” Para Orlando, a solução mais efetiva seria proibir as redes fixas no litoral gaúcho e buscar meios alternativos para este tipo de pesca, já que esta prática não é a mais rentável para o pescador e se faz muito perigosa para o surfista. “A pesca com botes gera muito mais lucro e o pescador pode largar suas redes longe da costa capturando peixes com maior valor agregado. Estamos buscando um entendimento entre surfistas e pescadores, mas precisamos de vontade política e muita mobilização para resolvermos este problema.” Graças a pessoas como Orlando Carvalho e o deputado Sandro Boka, muita coisa vem sendo feita para resolver o problema das mortes. Mas ainda há muito o que ser feito.

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