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quinta-feira, 14 março, 2024
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Bah, tchê! Um campeonato que não interessa quem ganhou?

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1. A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE

Em 2014, ouvi falar do Madeirite Trópico… Trabalhava para o site do Canal OFF e mandamos um correspondente cobrir o evento que, naquele ano, contou com a presença de ninguém menos que o mestre do estilo e tricampeão mundial Tom Curren. Até então, e pelo que me foi apresentado posteriormente, esse parecia ser mais um campeonato de surfe amador com algum prestígio, principalmente entre os gaúchos.

Eis que, dois anos depois, me vem o convite para o evento, agora sem vínculos jurídicos, apenas um convite ao Comenta Cako, feito por parte do organizador Giovanni Mancuso. Foi a primeira vez que me chamaram para a cobertura de um evento como Cako e minha primeira vez no litoral do Rio Grande do Sul.

Fiquei muito feliz e parti, junto com Bruninho Santos, que encontrei no aeroporto, Julio Adler, que encontrei na praia, e Ben Lonsdale, que encontrei no Whatsapp (ou no FB, onde o conheci, assim como o Mancuso). Tinha para mim que passaria o final de semana em mais um campeonato de surfe, com baterias e lycras, critérios e troféus. Nada disso…

No Madeirite, tudo isso é o que menos importa! Essa foi também a primeira vez em um campeonato onde quem ganha é a última coisa que interessa.

2.UMA VIAGEM NO TEMPO

O sábado e o domingo se passaram e o comecei a entender que o palco do show era nas areias, com os papéis principais sendo representados por todos os presentes. Quem ganhava e quem perdia era tão pouco relevante, que um dos momentos mais legais foi quando a galera da categoria Anos 70 entrou toda junta na água, cada um com um tipo de prancha, e todos dividiram as ondas, um rabeirando o outro sem nenhum pudor. A disputa entre as famílias também foi bem legal;

Alheio ao que acontecia lá fora e muito mais interessado nos devaneios da turma nas areias, por diversos momentos pesquei histórias contadas entre coroas que não faço a menor ideia de quem são, mas que pareciam muito felizes em estar ali, reencontrando grandes amigos e viajando no tempo, para uma época onde apenas surfavam e se divertiam, sem as dores de cabeça da vida real.

A diferença é que, agora, carregavam suas esposas, filhos e até netos, além, é claro, de muitas memórias e boas lembranças. Em um final de semana de decisões políticas e nos gramados, vi de tudo, menos discussões sobre Direita, Esquerda, Gremio ou Inter. Ufa! Só o surfe salva!

3. O SURFE GAÚCHO NÃO É COMO O CARIOCA

Pelo que entendi, lá embaixo, a galera para de ir à praia quando o verão acaba. É tudo meio longe e as ondas não são as melhores. Então, só os mais fissurados dirigem os mais de 200 km, partindo de Porto Alegre, para um mergulho em Torres. Mas dessa vez foi diferente e estava todo mundo ali, inclusive o sol, que fez questão de aparecer durante TODO o final de semana. Mais de 2000 pessoas, num pequeno pedaço de areia, de pouco mais de 150 metros.

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No “Madeirite Trópico”, não importa quem ganhou. No final, a festa é sempre sobre as ondas, e de todos para todos. Foto: ComentaCako

4. FESTA!!!!

E boa parte dessa galera ficou até o final de tarde de sábado, sendo presenteada com um show incrível, organizado pela galera da Surfari, no parque ali atrás. Os moleques realmente vivem o espírito do surfe e conseguiram proporcionar um Sunset que foi comparado com um Woodstock (com um pequeno exagero, mas com toda a liberdade poética desses velhos jovens), sem drogas, bagunça, mas com muita cerveja, mais histórias e diversão. Ah, e MUITA, mas MUITA gente bonita.

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Fabinho Gouveia, o mestre, idolatrado por onde passa. Fia oubou a cena e ganhou a categoria pais e filhos, ao lado de seu caçula, Igor. Foto: ComentaCako

5. GRANDES NOMES. ALGUNS CONHECIDOS, OUTROS NEM TANTO. MAS TODOS MUITO GRANDES

Por fim, além da presença de lendas do surfe gaúcho e de integrantes das mais novas gerações, dois convidados completaram a festa, um do nordeste e outro do sudeste: Fabio Gouveia roubou a cena e ganhou a categoria pais e filhos, ao lado de seu caçula, Igor. Bruno Santos não encontrou nenhum dos tubos que o consagraram, mas também deu seu show.

Já que falei de vencedores, segue a lista dos outros: Taça Trópico: Rodrigo Dornelles, o Pedra (único gaúcho que já fez parte da elite do surfe); Sementes (10) Gabriel Bem; Sementes (14): Kaique Garcia; Flowers: Manu Rönnau; Anos 80: Marne Sieben; Anos 70: Totonho

Bônus 1: Também levei o meu! O Giovanni me agraciou com um mimo e me deu o mesmo troféu dos campeões. Mas o que mais valeu foi o convite para o evento, onde tive o grande prazer de conhecer pessoas que lutam pelo surfe de verdade, não importa o lugar e que querem ver essa cultura cada vez maior, independente do momento e de quem está no topo do pódio. Muito obrigado, Tropico e Mancuso! Foi um grande prazer! De coração.

Bônus 2: Quem ainda quiser saber mais: www.madeiritetropico.com.br

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