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sábado, 20 abril, 2024
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FIM DO CAMINHO

Por Julio Adler O jogo de palavras que existe entre o momento do Circuito Mundial e o lugar onde se realiza é irresistível. Teahupoo sempre foi conhecido (ainda é) como End of the Road, metáfora perfeita para 13 dos top 45 que encontraram o fim da estrada ironicamente ali. Verdade seja dita, o drama não é tão feio quanto pintam. Nove dos 13 beiram 30 anos de idade, tem toda experiência que precisam para continuar incomodando independente se ainda surfam de acordo com as novas exigências. Campeonatos não são decididos apenas no desempenho, já dizia o campeão mundial de 77, Shaun Tomson. Suspeito que em breve alguns dos eventos primes vão se tornar mais interessantes do que algumas paradas do World Tour, e há muito dinheiro nos WQS para quem ainda aguenta a maratona de viagens. De todos derrotados, Mick Campbell foi quem perdeu mais porque não perdeu justo. O Ginja Ninja perdeu por 0.4 pontos para um dos escolhidos pela ASP para continuar no circuito, Adam Melling. Campbell foi segundo do mundo e semifinalista no Tahiti em 2009, alguém lá em cima deveria ter mais cuidado com a história. Marco Polo tem todo meu respeito e admiração. Ninguém no Tour hoje lutou mais e acreditou mais do que Polo. Enquanto sua geração desistia pelo meio do caminho, Marco Polo resistiu e conquistou sua vaga entre os 45 com honra e dignidade, sem fanfarras da imprensa e sem a atenção do mundo do surfe. Quando finalmente conseguiu, precisou renegociar seus contratos e mesmo seus patrocinadores não se empolgaram com o feito. Polo é um homem de coragem, de fibra. Virão outros, talvez melhores, mas nunca com o entusiasmo e humildade do Marco Polo. Eu tiro meu chapeu pra ele e me curvo em sua homenagem. Sem contar que Polo aguentou viajar meio mundo com Neco… Neco é um leão, no signo (Neco é do dia 11 de agosto, eu sou do dia 10) e na vida. Toda metáfora com o felino que reina na floresta cabe na carreira do catarinense. Neco assombrou o mundo do surfe quando mal tinha completado 12 anos na perna europeia de 1989, chegando até a final duma Expression Session competindo contra os maiores do mundo. Nos últimos 20 anos, Neco nos encheu de orgulho e sobretudo de paixão. Ninguém surfou mais apaixonadamente uma bateria do que Neco e ninguém jamais o fará novamente nessa era blasé. Seu discurso diante dum GT estupefato foi talvez o mais belo texto que Neco já declamou. Neco se manifesta muito melhor em inglês do que em português, talvez por ter passado boa parte da vida entre Austrália e EUA. GT, o entrevistador gaiato da ASP, chegou com texto pronto para qualquer um começar a se lamentar e Neco reinventou-se mais uma vez e sorriu durante os quase 10 minutos em que falou da felicidade que é pertencer ao pequeno círculo de sortudos que ganham a vida em cima da prancha. “Já morri aqui e já renasci aqui”, disse ele, lembrando o dia fatídico e sua redenção com uma nota 10. Temos muito o que aprender com Neco – e com Polo. Ah sim! Jordy deu mole pro Manoa e Slater teve aquela providencial frieza para vencer Heiari. Game is ON! QUEM CAIU AUSTRÁLIA Drew Courtney, 31 Mick Campbell, 34 Kieren Perrow, 33 Tom Whitaker, 30 Blake Thornton, 25 Dean Morrison, 29 Jay Thompson, 28 Ben Dunn, 24 BRASIL Neco Padaratz, 34 Marco Polo, 29 HAWAII Kekoa Bacalso, 25 USA Nate Yeomans, 29 Tanner Gudauskas, 22 Round 3 – Bateria 9 – Marco Polo x Damien Hobgood.   http://www.youtube.com/watch?v=EpV6aPLbHwY Round 3 – Bateria 4 – Adriano de Souza x Joan Duru. http://www.youtube.com/watch?v=YLSMGkOUlBs Round 2 – Bateria 9 – Neco Padaratz x CJ Hobgood. http://www.youtube.com/watch?v=vhkUhxE4YhI PODECASTI COM JULIO TREKO E SIFU Durante quase dois anos tentei convencer o Sifu de fazer um podecasti com toda nossa diferença. A ideia era simples, juntar duas opiniões divergentes sobre quase tudo e transformar num programa interessante pros meninos de 40 anos e para os coroas de 19. Uma sucessão de motivos nos afastava sempre da conclusão do bendito podecasti até um dia quando nos reunimos e gravamos um programa piloto (em linguagem televisiva, uma amostra) por quase uma hora. A exigência dos dois era tanta que apesar de pronto nunca colocamos no ar o primeiro podecasti que batizamos de Sobremesa. Duas semanas atrás, Sifu me liga provocando, “bora fazer o podecasti, Julinho?” Respondi que sim e não apareci no dia combinado – um velho hábito que cultivo com carinho. Marquinhos não titubeou e reuniu seus amigos na sua casa/estúdio e mandou brasa num formato próprio de podecasti, desta vez nomeando com a sugestão do Treko de As Séries Fecham. Ao voltar dum maravilhoso domingo com a familia em Maricá, não resisti ao convite e finalmente nos encontramos novamente, desta vez com Trekinho reforçando. O resultado voce assiste abaixo: http://www.youtube.com/watch?v=n3uILfAzIAM

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