Por Fernando Gueiros
Custei a encontrá-lo nas areias de Maresias. O cara já estava na água desde cedo e eu só cheguei às 10 da manhã. Entre idas e vindas com minhas pranchas fritando no carro e mochila nas costas, diante do mar de meio metrão com séries maiores, encontrei Andrew, Rafael Calsinski, Alexandre Wolthers e K.J. Norton sentados na areia, à sombra de um quiosque, bem no meio da praia. Todos haviam chegado de Santos naquela manhã. Vieram junto com a previsão que indicava condições perfeitas para Maresias. Rafa estava fazendo as fotos. Xandi quebrou seu long na primeira onda, K.J. decolou em algumas valinhas e Andrew, o motivo de minha vinda, aumentou sua quilometragem de tubos de backside.
Andrew, hoje com 27 anos, foi campeão brasileiro amador e bicampeão paulista amador entre 14 e 16. Não encarou bem a transição de amador para profi ssional e abandonou cedo a então promissora carreira de competidor. Hoje divide seu tempo entre a consultoria de vendas em uma loja de pranchas e ao freesurf – porém um freesurf voltado às pranchas alternativas, com biquilhas, monoquilhas e, especialmente, alaias.
Andrew trabalha diariamente das 10h às 14h. Se tiver onda, surfa antes e depois do expediente. Além do trabalho e do surf, o santista acabou de se formar em Gastronomia e exercita sua concentração e equilíbrio fazendo ioga e treinando slackline. “Hoje eu vejo tudo com outros olhos. Sair da cobrança e da interminável esperança sem retorno do mundo do surf de competição era o que eu precisava para encontrar meu equilíbrio e minha essência.” Andrew vive uma busca, um questionamento dos parâmetros e padrões que o surf moderno criou. Sua missão? Trilhar um caminho alternativo dentro do esporte. (continua)
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Confira a matéria completa sobre a trajetória incomum de Andrew Serrano na HARDCORE de novembro, nas melhores bancas do Brasil. E complementando o nosso bônus, veja abaixo um vídeo do filmmaker Rodrigo Metrinho com alguns momentos de Andrew, à vontade com seu quiver alternativo.
